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"Parágrafo assassino" derrubou Costa há um ano. E o que já se sabe? Pouco

Parágrafo foi escrito em nome da transparência. Porém, um ano depois, ainda não há esclarecimentos sobre ao que se referia.

"Parágrafo assassino" derrubou Costa há um ano. E o que já se sabe? Pouco
Notícias ao Minuto

07/11/24 08:59 ‧ Há 4 Horas por Notícias ao Minuto

País Influencer

O parágrafo que 'tramou' António Costa foi escrito há um ano. Volvido todo este tempo, e apesar de Lucília Gago continuar a descartar qualquer responsabilidade na demissão do antigo primeiro-ministro, ainda não há uma acusação contra o socialista.

 

António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 7 de novembro do ano passado. Em causa estaria uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que o visava.

O nome de Costa surgia num dos parágrafos emitidos pelo Ministério Público, onde se referia que o nome do primeiro ministro era mencionado "pela sua intervenção para desbloquear procedimentos".

Notícias ao Minuto © Ministério Público  

O polémico parágrafo abalou o Governo então em funções, levando o primeiro-ministro a apresentar demissão, por considerar que "quem a exerce as funções de primeiro-ministro não pode estar sob suspeita oficial".

Costa

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António Costa afirmava estar de "consciência absolutamente tranquila" e não ter "dúvidas de qual é o final da história". "O resultado final há de ser a minha não acusação, ou arquivamento ou a minha absolvição", disse.

Passado um ano, certo é que não há desenvolvimentos sobre o caso.

O autor e comentador Miguel Sousa Tavares, em novembro do ano passado, chegou a apelidar o excerto de “parágrafo assassino”, que derrubou o Governo e o primeiro-ministro, António Costa, criticando Lucília Gago pelas explicações destinadas a “tolinhos”, equacionando até que a responsável “não sabe o que há de esclarecer”.

Lucília Gago continua, porém, a defender a sua posição, não se sentindo "responsável" pela crise política que se viveu e defendendo que "não era compreensível a omissão a essa referência" no processo em causa. Chegou, aliás, a afirmar que não mudaria uma vírgula do que está escrito.

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O polémico parágrafo que menciona António Costa, a influência de Marcelo Rebelo de Sousa, as escutas a João Galamba, o caso da Madeira, as declarações da ministra da Justiça e a pressão ao Ministério Público (MP) foram os temas da entrevista a Lucília Gago, perto do fim do seu mandato.

Daniela Carrilho | 21:14 - 08/07/2024

Costa continua a ser investigado, arguidos ainda sem serem ouvidos

Um ano depois, António Costa está ainda sob investigação, apesar de não ser arguido. A defesa do ex-governante tinha apresentado no início de abril um pedido para que fosse ouvido, ao que o MP acedeu em 24 de maio, numa audição que durou cerca de hora e meia e na qual António Costa respondeu "na qualidade de declarante", segundo referiu então o seu advogado neste processo, João Lima Cluny.

De acordo com o atual procurador-geral da República, Amadeu Guerra, "houve buscas [...] e foi apreendida muita documentação que está a ser analisada. Vamos ver se na documentação apreendida há alguns indícios além daqueles que já tinham, os objetivos das buscas são exatamente esses".

O ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente Nuno Lacasta e o advogado João Tiago Silveira ainda não foram ouvidos no processo, um ano após o caso ter sido tornado público.

Os três foram constituídos arguidos na sequência das diligências desencadeadas pelo Ministério Público (MP) no dia 7 de novembro de 2023, mas não estiveram entre as detenções então realizadas. Apesar disso, segundo diversas fontes ligadas ao processo adiantaram à Lusa, ainda não foram ouvidos pelos procuradores do caso, que foi entretanto dividido em três inquéritos.

O antigo primeiro-ministro, António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão do cargo.

Leia Também: Influencer. Arguidos que não foram detidos continuam sem serem ouvidos

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