Gémeas? "Incompreensível como é que só agora é que se realizam buscas"
As palavras são da porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, a propósito das buscas que decorrem em duas unidades do Serviço Nacional de Saúde e em instalações da Segurança Social no âmbito do caso das gémeas luso-brasileiras.
© Carlos Pimentel/Global Imagens
Política Inês Sousa Real
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, afirmou, esta quinta-feira, que é "incompreensível", a "escassos dias do ato eleitoral" e em período de campanha para as eleições europeias, que se estejam "só agora" a realizar-se buscas no âmbito do caso das gémeas luso-brasileiras.
"É fundamental que a justiça, por um lado, prossiga o seu rumo, mas por outro, que também não esteja a contaminar atos eleitorais sucessivamente. Temos duas semanas de campanha, estamos a escassos dias do ato eleitoral, por isso é incompreensível como é que, em sete meses desde que é conhecido o caso das gémeas, só agora é que se realizam buscas, quando os meios de prova e um eventual risco que os mesmo pudessem desaparecer, deviam ter sido acautelados lá atrás", afirmou, em declarações na Assembleia da República [AR].
Sousa Real destacou ainda que "não parece" ao PAN que "este tipo de ações em plena campanha eleitoral credibilizem o Ministério Público [MP]". "Não estamos a falar de um risco iminente, pelo menos do nosso entendimento, porque qualquer matéria de prova que pudesse ter sido destruída, já teria sido destruída se assim fosse o caso", acrescentou.
"Não nos podemos esquecer que o MP tem, em simultâneo, uma comissão parlamentar de inquérito a decorrer a AR e estas buscas são marcadas para um dia em que precisamente ia ser ouvido Lacerda Sales. Por isso parece que o MP está aqui a correr em pista própria", denotou.
Recorde-se que o antigo governante foi constituído arguido, na segunda-feira, no âmbito da investigação ao caso das gémeas que foram tratadas no Hospital Santa Maria, disse esta quinta-feira à Lusa fonte ligada ao processo.
Segundo a mesma fonte, a casa do ex-governante, em Leiria, foi alvo de buscas judiciárias na segunda-feira.
No âmbito do mesmo processo, a Polícia Judiciária (PJ) está a fazer buscas, esta quinta-feira, em duas unidades do Serviço Nacional de Saúde (uma delas o Hospital Santa Maria) e em instalações da Segurança Social.
Em causa está o tratamento hospitalar de duas crianças gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros.
O caso foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.
Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.
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