A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, marcou presença na greve dos enfermeiros dos centros de saúde de Lisboa, que decorre esta quinta-feira.
"O PSD [Partido Social Democrata] quer à força entregar a Saúde ao negócio privado, quando está à vista que quando há investimento no público, se o mesmo dinheiro for usado para pagar a profissionais no públicos, o resultado é muito melhor e mantemos um SNS em todo o país, igual para todos", defendeu, em declarações aos jornalistas.
No âmbito do estado das negociações no setor, que só começam no próximo dia 18, Mariana Mortágua foi confrontada com a 'frase polémica' da semana.
Em causa estão as declarações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que esta semana disse que "não havia mais um cêntimo" para a proposta das forças de segurança. A bloquista foi questionada sobre se daqui a algum tempo a mesma frase poderia ser usada por Montenegro, mas no setor da saúde, e foi peremptória: "Esse parece ser o caminho. Aliás, este percurso de começar protocolos de negociação que depois não dão em nada porque o Governo não quer valorizar carreiras nem aumentar salários nem recuperar tempo perdido é o caminho que fez o anterior governo".
Mortágua sublinhou ainda que todos sabem o que se encontrou no fim desse caminho, nomeadamente, em "hospitais sem capacidade" ou profissionais que acabam por sair do país porque não têm condições para viver em Portugal.
O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo não vai colocar "nem mais um cêntimo" na proposta para as forças de segurança, dizendo que já fez "um esforço medonho" e não está disponível para "trazer de volta a instabilidade financeira".
Lusa | 13:35 - 02/07/2024
"Queremos manter um SNS [Serviço Nacional de Saúde] vivo. Dinheiro tem de ser usado para investir em quem trabalha no SNS. Se há dinheiro para pagar protocolos milionários a privados, por que razão não se usa esse dinheiro para pagar carreiras, salários e condições de trabalho?", questionou, defendendo que se o orçamento para a saúde fosse assim investido haveria profissionais que não pensariam em sair de Portugal.
[Notícia atualizada às 12h11]
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