Rui Rocha diz que entrevista da PGR findou "teoria do golpe de Estado"
O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, argumentou que "já ninguém acredita" na teoria "estapafúrdia" de "golpe de Estado" que visou Lucília Gago.
© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Política PGR
O presidente da Iniciativa Liberal (IL) deu conta, esta terça-feira, que a entrevista da Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, à RTP, na noite de ontem, "termina com a teoria do golpe de Estado".
Na ótica de Rui Rocha, que falava aos jornalistas na Assembleia da República, a PGR "explicou os motivos pelos quais o famoso parágrafo da política portuguesa foi incluído".
"São motivos razoáveis e, portanto, aqueles que se empenharam na teoria do golpe de Estado, fazendo artigos de jornais tentando condicionar a opinião pública, terminaram com esta entrevista essa atividade porque já ninguém acredita nessa teoria", continuou.
Mais, Rui Rocha argumentou mesmo que esta é uma "teoria estapafúrdia" e "o ponto está encerrado".
Depois, o líder liberal apontou baterias ao antigo primeiro-ministro, argumentando: "Ficamos a perceber que não continuou em funções como primeiro-ministro porque não quis, foi uma decisão pessoal, e o mesmo António Costa, com uma investigação que ainda está em curso pelos mesmos factos, quis ir para o Conselho Europeu".
"São decisões pessoais. Porque, caso contrário, aquilo que o impediria de continuar no Governo deveria impedi-lo estar a candidatar-se ao Conselho Europeu", continuou.
Em simultâneo, porém, Rui Rocha disse que, da mesma forma que não subscreve "a teoria do golpe de Estado", também não subscreve as "teorias da conspiração sobre preparação de terreno".
"António Costa perante aquilo que aconteceu, fez uma avaliação, não quis continuar como primeiro-ministro e quis, agora, ir para o Conselho Europeu, com a mesma investigação a continuar. Decisões pessoais do primeiro-ministro, ele responderá por elas", vaticinou.
Em jeito de conclusão, Rui Rocha considerou que Lucília Gago "demorou tempo de mais a dar esta entrevista", sendo que "poderíamos ter poupado alguma animosidade na discussão".
O presidente da IL disse também compreender que a procuradora-geral da República, "quando fala da campanha orquestrada, tenha tido esta tentação de responder a estas questões, falou da intervenção pouco sensata do Presidente da República, falou também das palavras pouco sensatas da senhora ministra da Justiça".
"Eu percebo essa tentação, preferiria que nós entrássemos numa fase em que política e justiça não estão neste tipo de diálogo, e, portanto, eu creio que quer os políticos, quer os representantes da Justiça, têm de entrar numa fase nova de cooperação e de respeito mútuo", defendeu, considerando também que a procuradora deve explicar melhor esta acusação.
O liberal referiu a existência de um manifesto por uma reforma da Justiça que classificou como "uma junção de vontades incompatíveis".
Apontando que "não faz nenhum sentido que aquelas pessoas se juntem para defender seja lá o que for", o deputado disse que são unidos por "esta tentativa de ataque à justiça, que só surge quando determinados protagonistas estão sob investigação", acusando de oportunismo.
O presidente da IL disse igualmente que Lucília Gago não conseguiu trazer nenhuma explicação, sobre "as questões das escutas continuadas ao longo de anos, as questões das detenções que vão para lá do legalmente aceitável".
"A Iniciativa Liberal quer, obviamente, um Ministério Público que atua, e uma Justiça que atua, mas não quer cidadãos perseguidos pela Justiça", salientou.
[Notícia atualizada às 14h48]
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