PM diz que "é inadmissível e desleal" governar contra programa aprovado
O primeiro-ministro considerou hoje "inadmissível e desleal" que a oposição tente "governar no parlamento contra o programa" do Governo que viabilizou na Assembleia da República, reiterando que só uma moção de censura o derrubará.
© Lusa
Política Estado da Nação
"Uma coisa é fazer oposição, criticar e fiscalizar o Governo, uma coisa é apresentar ideias e apresentar alternativas, outra coisa é governar no parlamento contra o programa que se viabilizou no parlamento, isso é que é uma coisa inadmissível, desleal e não é seria na atividade política", defendeu Luís Montenegro, na abertura do debate do estado da nação na Assembleia da República.
O primeiro-ministro repetiu que "até ao dia" em que os deputados decidirem aprovar uma moção de censura, as oposições, para além do seu trabalho político, "têm um dever de lealdade com os portugueses".
"De nos deixarem de governar e não quererem governar em arranjos irresponsáveis e oportunistas no parlamento", afirmou, dizendo que os portugueses "não querem ver interrompida" a atual legislatura.
Montenegro salientou que há apenas um programa de Governo viabilizado no parlamento, "não há dois e muito menos três" programas alternativos.
"Sem embargo do diálogo, da negociação política, da capacidade que nos temos de ouvir uns aos outros, há uma coisa que não podemos perder o norte: há um Governo legitimado pelo voto popular e com um programa viabilizado pela Assembleia da República", disse.
Montenegro respondeu a críticas da oposição que, ao verem muitas apresentações de "pacotes" e "agendas", se recordam "daqueles 'powerpoints' que eram apresentados todos os dias, com cores diferentes e com uma ou outra palavra diferente".
"Aqueles que nós temos apresentado não são para repetir, são para executar e para virem outros acima deles e a seguir a eles. E esta palavra dada também é para ser honrada. E deve ser por todos, naquilo que é a execução do programa de Governo", defendeu.
Na sua intervenção inicial, Montenegro quis deixar também uma palavra sobre política externa e destacar o facto de Portugal ter "um português na presidência do Conselho Europeu", o ex-primeiro-ministro António Costa.
"Um português que, apesar de ser socialista, apesar de ser o meu antecessor no exercício destas funções, apesar de ter, quer na bancada parlamentar do PSD, quer na liderança desse partido, sido um opositor à sua governação, apoiei com muita honra, com muito empenho e regozijo com o resultado que Portugal alcançou e que a própria personalidade do Dr. António Costa obteve", salientou.
Elencando decisões na área da saúde e da educação, o primeiro-ministro admitiu que "é muito difícil às bancadas da oposição acompanharem tantos temas, tanto trabalho, tanta decisão".
"Eu, quando estava na oposição, não tinha tanta dificuldade, porque era muito mais fácil apresentar aquilo que estava por fazer, aquilo que nunca mais era decidido, aquilo que era adiado, aquilo que era empurrado para a frente", ironizou.
[Notícia atualizada às 10h49]
Leia Também: AO MINUTO: "A nação tem muita confusão na oposição". Acompanhe aqui
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com