O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, receberam, esta sexta-feira, representantes dos partidos com assento parlamentar, para discutir a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
Registaram-se, porém, ausências de peso nestas reuniões, nomeadamente a do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que cancelou a agenda nos próximos dias por recomendação médica, devido a uma doença infeciosa.
O Partido Socialista (PS), por seu lado, não contou com a participação do seu secretário-geral, Pedro Nuno Santos, que rejeitou que haja um "clima de crispação" e desejou as melhoras a Luís Montenegro, mas optou por não marcar presença na reunião com o Governo.
A primeira ronda negocial teve ainda um outro solavanco, pois a última reunião prevista do dia, que juntaria os representantes do Executivo a figuras do Partido Social Democrata (PSD) e do CDS-PP, acabou por ser adiada para a segunda ronda de encontros, que deve acontecer em setembro.
A delegação do PSD seria liderada pelo secretário-geral Hugo Soares, mas, como este tinha de viajar, esta sexta-feira, para a Madeira, para representar Montenegro na festa do Chão da Lagoa, a agenda foi cancelada.
Uma "boa notícia", "divergências" e... "birras"?
Das reuniões que aconteceram - e que deixaram o Presidente da República com "expectativas moderadas, mas positivas" e o Presidente da Assembleia da República seguro que "será possível encontrar consensos para que o Orçamento seja aprovado" - surgiram as mais variadas reações. Do lado do PS, a líder parlamentar do partido não revelou quais foram os temas debatidos, mas garantiu que o partido pretende "continuar a conversar, a trabalhar e negociar" com o Governo.
Alexandra Leitão prometeu "boa-fé" e "sentido de responsabilidade" nas negociações, admitindo que, mesmo com a ausência de Pedro Nuno Santos, "a reunião foi muito produtiva".
Governo recebeu, esta sexta-feira, representantes dos partidos com assento parlamentar em São Bento, para discutir a proposta de Orçamento do Estado para 2025.
José Miguel Pires | 19:13 - 19/07/2024
Já o Chega afirmou que "não está nestas negociações apenas para fazer corpo presente ou fingir que negoceia", nem para fazer "birras por estar, ou não, o primeiro-ministro". Pela voz do seu líder, André Ventura, o partido saudou a "atitude positiva" do Governo, porém.
A Iniciativa Liberal, por sua vez, partilhou uma "boa notícia", revelando ter visto uma "porta entreaberta" do Governo para "facilitar a vida" aos trabalhadores por conta própria. Sobre o seu sentido de voto face ao OE2025, o líder liberal, Rui Rocha, afirmou, no entanto, que "tudo está em aberto". Pediu, ainda, que não se deve "desvirtuar completamente" a proposta para ceder a "visões que atrasam o país e que prejudicam as pessoas".
O presidente da Assembleia da República elogiou hoje o diálogo em curso entre o Governo e os partidos sobre o Orçamento do Estado para 2025 e realçou o papel construtivo do recurso à abstenção em democracia.
Lusa | 20:01 - 19/07/2024
No que toca à Esquerda parlamentar, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, acusou o Executivo de governar "dentro do seu afunilamento ideológico" e de deixar apenas uma "pequena margem" para as negociações.
O Partido Comunista Português (PCP), por sua vez, foi mais assertivo, assegurando que se opõe "frontalmente" aos "pressupostos" sobre os quais será elaborado o OE2025. Depois da reunião mais curta do dia, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, disse que "não valia a pena perder tempo", rejeitando "com toda a franqueza" a proposta do Governo.
Na mesma onda esteve o líder do Livre, Rui Tavares, que admitiu que o partido tem uma visão "diametralmente oposta" à do Governo, prometendo apoiar a proposta do Executivo apenas se se basear num programa "verdadeiramente social e ecológico".
Já a porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, afirmou que "há divergências" com o Governo, o que não a impede de estar "disponível para não deitar toalha ao chão".
O Orçamento do Estado para 2025 tem de ser entregue no parlamento até 10 de outubro e os 80 deputados que suportam o executivo minoritário PSD/CDS-PP não são suficientes para a sua aprovação, sendo necessária ou a abstenção do PS (78 deputados) ou o voto favorável da bancada do Chega (50 parlamentares).
[Notícia atualizada às 20h23]
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