O ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes falou, esta segunda-feira, sobre o setor, nomeadamente sobre um "pacto de regime" para a saúde, ideia defendida hoje pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Neste momento, temos um Parlamento muito fragmentado. Temos uma crispação política que é, naturalmente, maior porque a disputa pelo poder torna-se mais intensa", começou por apontar no seu espaço de comentário na CNN Portugal, depois de assinalar que Marcelo tem vindo a defender a existência deste tipo de pacto desde que tomou posse, em 2016.
O pacto de regime é "basicamente" um acordo entre os dois maiores partidos, que são "aqueles que habitualmente têm a condução dos destinos governativos do país", lembrou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje um pacto de regime entre os maiores partidos na área da saúde, considerando que "é mesmo fundamental" existir estabilidade e "continuidade política" no futuro.
Lusa | 16:14 - 12/08/2024
Mas o ex-responsável pela pasta da Saúde - entre 2015 e 2018 - apontou ainda que a sociedade portuguesa concorda com esta posição de Marcelo: "Os portugueses não ganham nada com este jogo de passa-culpas. Não é aceitável que continuemos no verão, em 2024, com uma grávida, como ainda hoje, a ter um parto numa ambulância, com esta incerteza da abertura e do fecho [de urgências]", considerou.
Campos Fernandes sublinhou ainda que o Algarve, que era uma região que costumava ser "fustigada" nesta altura, não tem dado 'razões' para notícia. "Estamos concentrados, neste momento, num problema que abrange sistematicamente Lisboa e Vale do Tejo, com particular destaque para a península de Setúbal", explicou.
Sublinhando a existência de um "problema de organização" e "eficácia na resposta dos meios assistenciais" na aérea das maternidades, o comentador defendeu que é preciso encontrar uma resposta. "Não vai lá nem com gritaria, nem com retórica, nem com jogos de passa-culpas. Vai com medidas concretas", atirou.
O antigo ministro considerou ainda que Marcelo está "cheio de razão" quando, no âmbito das reformas na saúde, defende que é preciso continuidade política. "Nunca teríamos montando em Portugal um dos melhores planos de vacinação da Europa, não teríamos feito o programa de saúde materno-infantil que teve o sucesso com Albino Aroso, se não tivesse existido continuidade das políticas. E, nesse sentido, o pacto de regime é mais bom senso e responsabilidade política e menos partidarite naquilo que são verdadeiramente as falhas que existem e são reais. O Governo tem nas mãos uma situação difícil, tal como Governo anterior teve", afirmou.
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