"Não me parece que o PS tenha grandes divergências" com objetivos do OE
Bernardino Soares lembra que quem aprovar o OE é responsável pela resultados das medidas inscritas no documento.
© Global Imagens/Reinaldo Rodrigues
Política Bernardino Soares
Em análise à troca de galhardetes entre o PS e o PSD sobre o Orçamento do Estado para 2025, Bernardino Soares considerou, esta segunda-feira, na antena da CNN, que não lhe parece "que o PS tenha grandes divergências" em relação às propostas apresentadas pelo governo de Luís Montenegro.
O comentador comunista considerou que "o problema" em relação ao documento "não é se há orçamento, mas que orçamento é que vai haver".
"Estou convencido [de que haverá orçamento], até pela pressão do poder económico, que está interessado nas medidas que este governo quer incluir, como a baixa do IRC ou o deixar intocados os lucros da banca", considerou Bernardino Soares, acrescentando que se por um lado está certo de que "o Governo não vai abdicar desses objetivos que tem, que combinam com o poder económico", por outro lado "não me parece que o PS tenha grande divergências em relação à maioria deles".
O político do PCP lembrou que "a situação não está boa e que é para isso que o orçamento tem de servir". Acusando o PS de ter "causas limitadas", Bernardino lembrou que se o PS aprovar o Orçamento e se este for "negativo para a maioria da população, pondo a desigualdade como o resultado das políticas, quem o viabilizar fica responsável" por isso.
Recorde-se que a primeira reunião entre o primeiro-ministro e Pedro Nuno Santos para debater o OE 2025 foi marcada para a próxima sexta-feira, às 15h00.
A informação foi transmitida cerca de uma hora depois de o primeiro-ministro ter enviado um comunicado às redações a acusar o secretário-geral do PS de "indisponibilidade recorrente" para uma reunião sobre o documento, alegando que está a tentar marcar uma reunião com Pedro Nuno Santos sobre o Orçamento do Estado para 2025 desde 4 de setembro.
Em resposta, o líder do PS acusou o Governo de provocar os socialistas com um "comunicado inaceitável" sobre o processo negocial do Orçamento do Estado para 2025 e querer criar uma "indesejável instabilidade política", rejeitando alimentar "discussões infantis e estéreis".
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