POUPANÇA NO MINUTO
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"O sonho de Montenegro é ser Cavaco Silva no lugar de Cavaco Silva"
O socialista Sérgio Sousa Pinto comentou a polémica que envolve o Orçamento do Estado para 2025, e que tem mostrado a falta de "confiança" existente, e que é o ingrediente principal para as negociações.
© Global Imagens
Política Orçamento do Estado
A duas semanas do prazo para entregar a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2025, o tema está cada vez mais quente - já que, entre as reuniões (não anunciadas) que o Governo já teve com o Chega e Iniciativa Liberal, e as que terão custado a marcar com o Partido Socialista, também já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que se não houver acordo para o OE, "haverá crise política".
Na CNN Portugal, o socialista Sérgio Sousa Pinto falou sobre o tema, defendendo que o primeiro-ministro "gostaria muito" de ter eleições antecipadas.
"Este debate do Orçamento parece a Primeira Guerra Mundial", considerou, explicando depois: "Na medida em que a Primeira Guerra Mundial foi uma guerra que ninguém desejou, ninguém conseguiu travar e que ainda hoje se debate porque é que ela aconteceu".
O comentador reforçou que em relação à crise orçamental, acontecia o mesmo, e ninguém queria uma, apontou: "Se o Partido Social Democrata tivesse conseguido que se reunissem as condições para haver eleições, vencê-las e ter uma maioria ampla, que lhe escapou este ano, preferiria eleições. Mas não querem porque têm medo. Todos têm medo".
Questionado sobre se julgava que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, não queria ir às urnas antecipadamente, Sousa Sinto defendeu que o responsável "gostaria muito" e que era por isso que deixava "sempre uma porta aberta". "O Governo nunca se esquece de provocar o Partido Socialista. Todas as semanas provoca o Partido Socialista", notou.
Sublinhando que os últimos episódios mostravam a falta de confiança entre os líderes que vão ter de discutir o documento orçamental, o socialista notou que é preciso que esta exista, assim como a privacidade e a "boa fé". Também é preciso saber "se o Governo verdadeiramente quer que o Orçamento seja aprovado", considerou, acrescentando que, na eventualidade de haver eleições antecipadas, Luís Montenegro vai "tentar transfigurar-se um novo professor Cavaco Silva".
Sousa Pinto lembrou que, nessa eventualidade, Montenegro quererá "repetir" o ano de 1987, quando o PSD conseguiu a sua primeira maioria absoluta. "Tem esperança de que o Chega caia um bocadinho, como o PRD caiu, tem esperança de subir e tem esperança de remeter o PS por muitos e bons anos à oposição. É o sonho de Montenegro: ser Cavaco Silva no lugar de Cavaco Silva".
Leia Também: Ex-ministro deixa duras críticas a Marcelo e Montenegro. "Infantis"
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