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BE faz Conferência Nacional no fim de semana para debater estratégia

O BE realiza este fim de semana a sua 5.ª Conferência Nacional, no Porto, para debater a orientação política do partido e a estratégia para as eleições autárquicas, com alguns críticos internos a alertarem para uma "trajetória de declínio".

BE faz Conferência Nacional no fim de semana para debater estratégia
Notícias ao Minuto

25/10/24 10:39 ‧ Há 4 Horas por Lusa

Política Bloco de Esquerda

Sob o lema "Socialismo de Futuro", mais de trezentos bloquistas vão reunir-se na Escola Secundária Carolina Michaëlis, na Invicta, para dois dias de trabalhos.

 

Em declarações à Lusa, o dirigente Jorge Costa, membro do Secretariado do BE e ex-deputado, salientou que esta conferência realiza-se entre duas convenções nacionais, com "situações políticas muito distintas": se há um ano o governo socialista detinha maioria absoluta, hoje o executivo PSD/CDS-PP é minoritário, registou-se um "crescimento da extrema-direita" e os conflitos no Médio Oriente agravaram-se.

No documento global apresentado pela Comissão Política aos bloquistas, que será votado no fim de semana, o partido insiste nas críticas ao Governo, mas também deixa reparos ao PS pela viabilização do Orçamento do Estado para 2025, recusando colocar "o socialismo na gaveta".

Esta conferência nacional foi convocada em junho, poucas semanas depois de Catarina Martins ter sido eleita como eurodeputada, mas o partido ter passado de dois lugares para apenas um.

Na altura, Mariana Mortágua reconheceu o "mau resultado" e anunciou a intenção de fazer um "debate muito alargado" no BE, que incluísse a estratégia para as eleições autárquicas de 2025.

Nesse âmbito, a Comissão Política do BE afirma que vai procurar, sempre que possível, alianças alternativas a PS e PSD. Quanto à possibilidade de uma aliança à esquerda que desafie Carlos Moedas em Lisboa, Jorge Costa recordou que "quem colocou a questão na praça pública foi o próprio PS" e reiterou que o BE está disponível para dialogar.

O partido pretende apresentar, "a breve trecho", as suas candidaturas e o seu programa aos órgãos autárquicos em Lisboa, mas mantém a abertura para uma coligação.

"Se e quando existir um processo de diálogo entre as forças políticas em Lisboa, à esquerda, com vista à constituição de um programa e de uma alternativa para a cidade, o Bloco comparece e participa nesse diálogo. Se assim não for, o Bloco terá a sua representação própria", acrescentou o dirigente.

Jorge Costa realçou a importância da capital do país "no combate político nacional", o que "não quer dizer que noutros lugares, aqui ou acolá, o Bloco não possa apreciar outras circunstâncias semelhantes, se elas se vierem a colocar".

Este fim de semana também será votado um documento global alternativo apresentado por vários elementos que integravam a lista de Mariana Mortágua à Mesa Nacional do partido, alguns deles eleitos, nomeadamente Adelino Fortunato, Alexandra Vieira (antiga deputada), Helena Figueiredo e José Manuel Boavida.

Na visão destes bloquistas -- que não quiseram prestar declarações até à conferência - o modelo atual do partido "está esgotado, tanto no plano político como organizativo", "as viragens não explicadas de orientação e a prática interna dominante apontam para a decadência e para a degenerescência" e a atual organização está "desmotivada e desmobilizada".

No texto lê-se também que desde o fim da 'geringonça' o BE "entrou em trajetória de declínio" e que não foram feitos balanços -- crítica contestada por Jorge Costa, que defendeu que este balanço foi feito publicamente "em mais do que uma convenção, na presença destes camaradas, que na altura concordaram com o balanço que a maioria do partido fez".

Jorge Costa disse ver "com naturalidade" o surgimento deste texto alternativo, afirmando que o BE "é um partido que acolhe e que promove a expressão das diferenças".

À Lusa, o antigo deputado Pedro Soares, porta-voz da lista opositora na última convenção, considerou positivo o surgimento de uma proposta alternativa vinda "do interior da própria maioria", afirmando que se trata de um sinal de que "há uma situação de crise e de falta de unidade relativamente ao pensamento do que deve ser o Bloco".

O bloquista salientou que algumas das críticas deste texto vão ao encontro das posições da oposição minoritária, como a acusação de falta de balanços, "ziguezagues na orientação política" e falhas na democracia interna.

Leia Também: Bloco de Esquerda critica PS e recusa pôr "socialismo na gaveta"

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