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Chega disponível alterar texto da moção de censura ao governo da Madeira

O presidente do Chega, André Ventura, disse hoje que a estrutura regional do partido está disponível para alterar o texto da moção de censura ao Governo da Madeira para que outros partidos possam votar favoravelmente.

Chega disponível alterar texto da moção de censura ao governo da Madeira
Notícias ao Minuto

08/11/24 18:09 ‧ Há 7 Horas por Lusa

Política Madeira

"Queria saudar a abertura que o Chega/Madeira já manifestou na disponibilidade de alterar o texto, se necessário, para que esta moção de censura seja aprovada", afirmou o líder do Chega.

 

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André ventura sublinhou "a importância da flexibilidade para que ninguém tenha desculpa em votar favoravelmente a censura ao Governo de Miguel Albuquerque".

O Chega está disponível para alterações "dentro do espírito da censura e do combate à corrupção, para que seja aprovado no parlamento regional e possa levar à clarificação política e à limpeza ética que tanta falta faz no arquipélago da Madeira", indicou.

O presidente do Chega defendeu que "nem sempre a estabilidade é possível" e este é um dos casos em que é mais importante "o combate à corrupção, a tolerância zero à corrupção e a manifestação pública de que o Chega estará sempre ao lado da transparência, seja na República, seja nas Regiões Autónomas".

Sobre as declarações do líder do PS na Madeira, Paulo Cafôfo, que manifestou disponibilidade para viabilizar a moção de censura apresentada pelo Chega, André Ventura disse que vê "com bons olhos que quer o Partido Socialista, quer outros partidos que estão no Parlamento Regional, possam acompanhar esta moção".

Questionado também se o futuro da região deveria passar por novas eleições ou um novo Governo sem necessidade de a Madeira ir novamente a votos, o líder do Chega considerou "prioritário que os nomes envolvidos em casos graves de corrupção no exercício destas funções públicas sejam afastados, e não tomem parte no exercício do Governo da região".

"Se isso conduzirá ou a uma mudança do Governo ou a eleições, o cenário não está tanto na nossa mão", afirmou, indicando que a "moção de censura vai avançar, independentemente das decisões de remodelação do Governo Regional". 

Ventura indicou que o Chega está aberto a "todos os cenários" e "se houver eleições, haverá eleições". 

Na sua intervenção, sublinhou que esta iniciativa "é importante, porque permitirá de uma vez por todas separar as águas e ver quem se deixa condicionar ou quem fica a sustentar politicamente o Governo da Madeira".

Na segunda-feira, o presidente e líder parlamentar do Chega/Madeira anunciou, em conferência de imprensa, que entregou no parlamento madeirense uma moção de censura ao Governo Regional.

Miguel Castro justificou a decisão com as investigações judiciais que estão a ser feitas ao presidente do executivo, Miguel Albuquerque, e a quatro secretários regionais, tendo todos sido constituídos arguidos.

Miguel Albuquerque foi constituído arguido no final de janeiro num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder e prevaricação, entre outros. Em causa estão alegados favorecimentos de empresários pelo poder público, em troca de contrapartidas.

O social-democrata, líder do Governo Regional desde 2015, acabou por se demitir - depois de o PAN retirar o apoio que permitia à coligação PSD/CDS-PP governar com maioria absoluta -, mas venceu as eleições antecipadas de maio.

Entretanto, em setembro, os secretários regionais das Finanças (Rogério Gouveia), Saúde e Proteção Civil (Pedro Ramos) e Equipamentos e Infraestruturas (Pedro Fino), foram constituídos arguidos, no âmbito da operação "AB INITIO", sobre suspeitas de criminalidade económica e financeira.

Esta semana foi conhecido um outro processo que envolve o secretário da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, também constituído arguido.

Leia Também: Ventura pede remodelação do Governo na Saúde e Administração Interna

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