Promotores de táxis aéreos desistem de voar durante Paris2024
Os promotores de táxis aéreos elétricos admitiram hoje que desistiram de realizar voos experimentais durante os Jogos Olímpicos de Paris, por falta de certificação por parte do regulador da aviação na União Europeia.
© Lusa
Tech Inovação
O gestor aeroportuário Groupe ADP e a start-up aeronáutica alemã Volocopter disseram à agência de notícias France-Presse, quatro dias antes do final de Paris2024, que pretendem agora voar "até ao final do ano" a partir de uma plataforma flutuante no rio Sena.
As duas empresas querem, ainda assim, organizar demonstrações de voo a 50 metros de altitude com um protótipo, sem passageiros, hoje e domingo no aeródromo de Saint-Cyr-l'Ecole, na região da capital, a poucas centenas de metros do parque Château de Versailles, local da competição olímpica de hipismo.
As aeronaves, de propulsão elétrica e de dois lugares, um dos quais do condutor, são fabricadas pela Volocopter, criadora do modelo 'Volocity'.
A Volocopter não obteve a certificação da Agência Europeia para a Segurança da Aviação a tempo, devido a um "atraso de algumas semanas" ligado aos motores, explicou o director-geral executivo do Groupe ADP, Edward Arkwright.
O líder da Volocopter, Dirk Hoke, atribuiu o atraso a "um subcontratado norte-americano que não foi capaz de cumprir o que prometeu".
Os motores para equipar a máquina tiveram de ser enviados de volta para os Estados Unidos para serem verificados e "vão regressar na próxima semana, mas não a tempo de fazer os voos" experimentais antes do final dos Jogos Olímpicos, no domingo, admitiu Hoke.
Em 09 de julho, o Governo francês tinha confirmado a autorização de voos experimentais de táxis aéreos durante Paris2024, uma decisão que a autarquia da capital francesa considerou "uma aberração ecológica".
A autorização era válida de 26 de julho a 11 de agosto, das 08:00 às 17:00 (hora local) e os aerotáxis não podiam cobrar pelos voos.
Se os serviços fossem vendidos, iam custar entre 105 a 140 euros.
Estavam previstas três linhas, sendo uma a ligação entre uma barcaça junto à estação ferroviária de Austerlitz e o heliporto de Issy-les-Moulineaux.
A Câmara Municipal de Paris referiu-se à iniciativa como "uma aberração ecológica" e disse que ponderava recorrer aos tribunais para a travar.
"Este Governo não tem legitimidade para ir contra o que já foi decidido na autarquia", comentou na altura o vereador da mobilidade, David Belliard.
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