"O João foi um filho muito desejado, mas quando nasceu não sentia amor"
Em entrevista ao 'Alta Definição', Manuela Couto falou da sua experiência como mãe, assim como dos primeiros tempos após o filho mais velho, João, ter sido diagnosticado com uma sobredotação.
© Reprodução Instagram / Manuela Couto
Fama Manuela Couto
Manuela Couto foi a protagonista do último 'Alta Definição', onde deu uma entrevista reveladora e intimista sobre os temas mais sensíveis da sua vida. Além de ter aberto o coração para um relato inédito sobre o ataque de pânico que sofreu em 2011 devido a excesso de trabalho, a atriz transpareceu também o seu olhar sobre a maternidade.
Mãe de dois rapazes, João e Manuel, de 24 e 19 anos respetivamente, Manuela falou da sobredotação diagnosticada ao filho mais velho quando este tinha sete anos.
“Até determinada altura procurámos não dar muita importância. Começámos a perceber que o João era diferente, era muito inteligente. Mas depois começou a desviar um bocadinho para coisas menos próprias”, começou por dizer, referindo-se a temas como a morte e almas.
"Aos sete anos foi-lhe diagnosticada uma sobredotação, porque foram acontecendo outras coisas e tivemos de ir perceber o que é que se passava", continuou.
"São crianças que sentem muita frustração. Foram meses complicados", disse ainda, recordando de seguida dois episódios marcantes da infância do filho.
"Era difícil discutir com o João. Lembro-me que uma vez, quando ele tinha quatro anos, o pai foi embora - porque era geólogo e passava muito tempo no mar - e não havia telemóvel, desapareceu um mês. O João ficou perturbadíssimo. Pediu-me um nenuco, andava com o bebé ao colo e dizia: ‘Eu nunca abandono o meu filho’”, relatou.
"Uma vez fez uma birra, coisa que nunca fazia, e dei por mim a discutir com ele e de repente pensei: ‘Não posso estar aos berros com uma criança de quatro anos’. Nós realmente discutíamos com ele como se fosse muito mais crescido", referiu.
Manuela revelou ainda como foi o primeiro impacto com o primogénito, referindo que demorou algum tempo até sentir amor pelo filho. “O João foi um filho muito desejado, mas quando ele nasceu não sentia amor porque não o conhecia. Era tudo uma emoção muito grande. Ele era muito agitado, não dormia, não queria estar ao meu colo. Quando o Manuel nasceu já sabia [amar]”, rematou.
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