"Somos inundados de música fraca. Isto mostra que podemos ter boa música"
'Grande Intervalo' junta esta sexta-feira, dia 26 de março, às 23h30, no canal FOX grandes nomes da música portuguesa com novos talentos em ascensão. Os The Gift vão lá estar e contam-nos tudo sobre esta iniciativa em entrevista ao Notícias Ao Minuto.
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Fama The Gift
A iniciativa 'Intervalo', lançada em janeiro pelo canal FOX, evoluiu e transformou-se num 'Grande Intervalo'. De um minuto de descontração nos intervalos das séries do canal, o projeto passa para uma hora de boa música e com grandes nomes em antena. O melhor de tudo é que pode assistir a este grande espetáculo no conforto do seu sofá: basta que esta sexta-feira, dia 26 de março, esteja diante da televisão às 23h30.
Bárbara Tinoco, Tiago Bettencourt, Tiago Nacarato, João Só, Carolina Deslandes, Ana Moura, The Gift, Os Quatro e Meia, Capitão Fausto, Domingues, Julinho KSD e HMB são os nomes em cartaz.
O Notícias ao Minuto conversou com os The Gift sobre esta iniciativa da qual aceitaram fazer parte e numa breve conversa a banda dá-lhe os motivos certos para que hoje não perca este 'Grande Intervalo'.
Começo por perguntar-vos, como receberam este convite da FOX e por que motivo decidiram aceitá-lo?
Creio que este Grande Intervalo tem por um lado aposta em jovens artistas e por outro lado aposta nos mais consagrados. Acho que estamos na segunda via de apostas. Ficamos orgulhosos de pertencer a um projeto que dignifica em muito a música feita em Portugal.
A REV salvou-nos a vidaNesta altura de confinamento, particularmente difícil para os artistas, qual a importância de iniciativas como esta?
Nós felizmente à custa da nossa App REV não temos parado. É um projeto multidisciplinar que nos entusiasma como músicos, como artistas e como empreendedores. Claro que tocar nesta iniciativa, com uma luz e um cuidado cénico tão grande, motiva-nos muito também.
Aproveito para perguntar, como têm ‘sobrevivido’ os The Gift a esta fase de pandemia e confinamento?
A REV salvou-nos a vida. Do ponto de vista financeiro obvio que não dá sequer para chegar perto a um ano normal de concertos, mas psicologicamente o facto de todos os dias termos uma infindável lista de coisas a fazer mantém-nos ativos.
Acho que a versão que vamos tocar neste 'Grande Intervalo' é únicaAs saudades do palco já são muitas?
Sim. Claro que sentimos falta do contacto direto.
Esta iniciativa serviu também para de alguma forma ‘matar’ essas saudades?
As saudades do palco não... continuamos dentro de um estúdio a tocar para câmaras. Mas foi obviamente um momento muito bonito.
Um dos grandes objetivos deste projeto é fazer com que os portugueses “desliguem” de tudo. Qual será o vosso contributo para isso?
Acho que a versão que vamos tocar neste 'Grande Intervalo' é única pela intimidade, pelo sussurro, pela qualidade de interpretação. Vai ser um grande momento.
Desde que vi o Mick Jagger correr 200 metros em 30 segundos, desisti da ideia de haver músicos mais novos ou mais velhosNeste ‘Grande Intervalo’ vamos encontrar um conjunto eclético de sons e estilos, que vão do Rap ao Fado e do Soul ao Pop. Na vossa opinião, esta mistura é perfeitamente possível?
Sem dúvida. Portugal é uma misturadora de sons e influências. Agora é só ter a capacidade de usar essas influências em doses certas.
A ideia é também cruzar grandes nomes da música portuguesa com talentos que estão agora a começar. De que forma os The Gift vão juntar-se a estes novos talentos?
Fazendo a música que nos sai de verdade. Quando se toca a verdade, geralmente tocamos pessoas. E é isso que nos compete fazer enquanto The Gift. Se formos verdadeiros a frescura nunca acaba. Se somos mais ou menos velhos na música não importa. Eu desde que vi o Mick Jagger num encore correr 200 metros em 30 segundos, desisti da ideia de haver músicos mais novos ou mais velhos.
Esta iniciativa começa por surgir no intervalo das grandes séries da FOX. Se os The Gift tivessem oportunidade de colocar uma das suas músicas numa série, qual gostariam que fosse?
'Lost', 'Sete palmos de terra', 'Os Sopranos', 'Breaking Bead'.
Por fim, três motivos para no dia 26 os portugueses não perderem este ‘Grande Intervalo’?
Um carimbo de qualidade no atual momento da música portuguesa. Ficar a ver em casa é um contributo tremendo para mostrar que em televisão é importante a qualidade. Somos inundados com música fraca e de gosto muito duvidoso... Isto é também um grito de que as coisas podem ser bem feitas, ter boa música e ter pessoas agarradas à televisão.
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