Catorze meses depois, eis que Filipe La Féria pode finalmente respirar de alívio. O teatro está de volta e foi com um enorme sorriso e satisfação que estivemos à conversa com o encenador, antes da estreia da revista 'Espero por ti no Politeama', uma sátira a Portugal.
"Depois da tempestade vem a bonança. Estamos aqui todos cheios de energia com um elenco de talento. É um espetáculo que considero muito bom porque tem a estrutura da revista e do cabaret, mas é muito moderno e contemporâneo", começa por revelar aos jornalistas no evento que aconteceu esta quinta-feira, dia 27 de maio, e que contou com a presença de diversas figuras públicas.
"Isto se não vai bem, vai de qualquer maneira", diz entre risos, acrescentando: "É um espetáculo muito rigoroso, com um elenco extraordinário. É um abraço à alegria e à vida, sobretudo, não podemos ter medo de viver".
La Féria enfatiza o facto de todas as normas de segurança estarem a ser cumpridas, sublinhando que o "público não precisa de ter medo".
Questionado sobre como viveu com as portas fechadas durante mais de um ano, fez notar: "Tivemos um apoio da Câmara Municipal e do Ministério da Cultura. Não é um grande apoio, mas é um apoio, quiseram estar presentes, porque de facto chegámos ao limite. Os atores sofreram muito, assim como os técnicos. Foram para os supermercados, alguns distribuir comida... mas o ator só vive no palco, só ali é que atinge a sua realização".
Nunca pensei desistir na vida, não sou um desistenteE será que chegou a pensar em desistir? O encenador, no auge de uma energia contagiante, foi expedito na sua resposta: "Nunca pensei em desistir na vida, não sou um desistente. Vou até ao fim, com muita loucura e risco, mas aqui estamos porque esta é a paixão da minha vida, a realização do meu ser".
La Féria contou-nos ainda que antes do confinamento tinha um musical preparado (um dos seus sonhos de infância) - 'Laura' - do qual teve de desistir devido às circunstâncias. Depois preparou a presente revista, que apenas precisou de ser atualizada, uma vez que este é um género que vive muito da "atualidade".
"Sou muito responsável, faço o melhor que posso dentro das circunstâncias que tenho. Estamos aqui após muita dor e muitos meses de angústia, de falta de dinheiro, de falta de tudo e sobretudo de falta de teatro", completa.
O espetáculo irá estar em cena enquanto o público assim o quiser, por isso, se está a pensar em sair da rotina, fica a sugestão.
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