Funeral de Jorge Sampaio. "Partilhar lágrimas como abraços"

Júlio Isidro não esteve presente nas cerimónias, mas não deixou de acompanhar de perto.

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Notícias ao Minuto
13/09/2021 09:54 ‧ 13/09/2021 por Notícias ao Minuto

Fama

Júlio Isidro

"Partilhar lágrimas como abraços", foi com estas palavras que Júlio Isidro começou por falar do funeral de Jorge Sampaio, que decorreu este domingo, 12 de setembro, em Lisboa. 

"Senhor Presidente, não vou usar mais expressões elogiosas sobre a sua condição de cidadão e obra enquanto político. Tudo dito, tudo justo. Venho aqui dizer-lhe que não estive no seu velório e por razões óbvias, no ato final da sua homenagem nos Jerónimos. Fiquei em casa a olhar pela televisão, porque temos um ponto comum... somos de choro fácil", explicou de seguida. 

"Não quis que câmaras indiscretas me vissem de lágrimas a correr, como aconteceu comigo ontem e hoje. Vi-o em imagens retrospetivas a chorar, e chorei consigo. Ouvi-o dizer que não há portugueses dispensáveis e admirei a sua capacidade para unir o que parece quase utópico, este país", acrescentou. 

Na mesma publicação, recordou a frase do filho de Jorge Sampaio, André, "quando disse que o pai foi um homem justo, corajoso, mas sem medo de chorar". 

"Escrevo estas palavras tão à maneira de quem não é da literatura, com a nossa foto à frente dos olhos no dia em que me condecorou com o título de comendador da Ordem do Infante... e não vou reproduzir a sua dedicatória. Nunca pensei que tal pudesse acontecer a uma pessoa como eu, que tal como o senhor, 'nunca quis ser herói' e não sou", escreveu. 

"[...] Talvez por medo de mim próprio não desfilei perante o seu caixão, mas vi com olhos solidários, o sofrimento cheio de dignidade da sua mulher Maria José e dos seus filhos Vera e André. Registei as mãos a suportarem a mãe de quem disseram: - À nossa mãe, sempre, sempre, estamos aqui para si e sempre consigo. O dia está a morrer e o crepúsculo tinge o céu de cinza e vermelho suave. Mas há uma pequenina luz que continua a brilhar, a brilhar", rematou. 

Leia Também: Silêncios, recato, palmas e "Viva Sampaio" no derradeiro adeus

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