Com o príncipe André a ser acusado de abuso sexual de menores, "as afiliações militares e patrocínios reais do duque de Iorque foram devolvidos à rainha".
Em comunicado, como cita a Sky News, o Palácio de Buckingham anuncia que o príncipe "continuará a não cumprir nenhuma função pública e está a defender-se deste caso como cidadão particular".
Além disso, também não irá ser tratado como 'Sua Alteza Real', informa a agência de notícias Reuters que cita uma fonte real.
A Reuters acrescenta que os seus papéis reais vão ser entregues a outros membros da família real britânica.
Uma notícia que chega depois de ter sido noticiado que os veteranos queriam que Isabel II retirasse os títulos militares ao príncipe André.
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Desde 2020 que o duque se demitiu das suas funções oficiais e está afastado da vida pública.
O segundo filho da rainha Isabel II é acusado de violação por Virginia Giuffre, quando esta cidadã norte-americana tinha 17 anos, em 2001.
A queixosa afirma ter sido apresentada ao membro da família real britânica por Jeffrey Epstein, milionário norte-americano acusado de crimes sexuais que se suicidou na prisão em 2019.
O príncipe André, de 61 anos, nega veementemente as acusações e qualquer comportamento impróprio, alegando que nunca se encontrou com a mulher em causa, e ainda pode recorrer da decisão do juiz de Nova Iorque, Lewis Kaplan, que esta semana negou provimento ao recurso.
Se todos os recursos forem negados e não houver acordo entre as partes, este julgamento poderá ser realizado entre setembro e dezembro de 2022.
Virginia Giuffre, uma norte-americana de 38 anos que agora mora na Austrália, acusou André publicamente há vários anos, mas só no verão passado decidiu levar o caso a tribunal.
Giuffre acusa o príncipe de ter abusado dela sexualmente três vezes em 2001, quando ela tinha 17 anos, em Londres, Nova Iorque e nas Ilhas Virgens Americanas.
Os advogados do príncipe apresentaram em tribunal um acordo de 2009, no qual Virginia Giuffre se comprometeu a não processar Jeffrey Epstein, bem como "outros potenciais acusados", pelo qual recebeu 500.000 dólares.
Mas, numa decisão de 46 páginas tornada pública na quarta-feira, o juiz Kaplan considerou que o acordo "está longe de ser um modelo de clareza e precisão na sua redação", qualificando-o de "ambíguo" e recusando o arquivamento da queixa.
A ex-companheira de Epstein, Ghislaine Maxwell, foi considerada culpada em dezembro por tráfico sexual no tribunal federal de Manhattan e agora corre o risco de ser condenada a dezenas de anos de prisão por colaborar no aliciamento de menores para atividades sexuais.
O caso do filho da monarca britânica não é ajudado pelo facto de existirem fotografias que confirmam a proximidade entre André, Epstein, Maxwell e Giuffre.
Numa delas, André abraça Virginia Giuffre pela cintura, ambos a sorrir, com Maxwell por detrás.
[Notícia atualizada às 18h25]
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