'Pipoca' critica influencers em polémica sobre guerra na Ucrânia

"Passamos a vida a recusar o título de tontas superficiais, mas depois, quando podemos usar a nossa voz, preferimos só mostrar a roupa", afirma.

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© Reprodução Instagram/ Ana Garcia Martins

Catarina Carvalho Ferreira
25/02/2022 19:05 ‧ 25/02/2022 por Catarina Carvalho Ferreira

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Pipoca Mais Doce

Depois das críticas de Bruno Nogueira à forma como o tema da guerra entre a Rússia e a Ucrânia foi abordado por algumas digital influencers, o assunto ganhou novos contornos e adensaram-se as opiniões contra a postura das criadoras de conteúdos. 

Ana Garcia Martins, conhecida como 'A Pipoca Mais Doce', reagiu à polémica na tarde de sexta-feira e, inesperadamente, mostrou-se contra a postura de muitas das suas colegas. 

"Ontem estalou uma guerra e entre muita conversa sobre quem fez o quê e com que relevância, óbvio que sobrou para as influencers, com críticas à forma como lidaram com o tema", começa por declarar. 

"Ora eu, que até tendo a ser corporativista, tive de concordar. Porque sigo muita gente e fiquei desiludida com o tratamento que a grande maioria (não) deu ao assunto. Sei bem que há influencers que se movem em diferentes áreas mas, independentemente disso, não consigo perceber como é que se ignora um assunto tão grave como uma guerra", aponta.

Ana afirma que não esperava "grandes teorias políticas", mas esperava algo: "um pesar sincero, uma palavra de apoio, formas de ajudar, qualquer coisa que me ajudasse também a mim a fazer um melhor trabalho".

Na sua opinião, "quando se tem uma plataforma que chega a tanta gente, há coisas que não podem MESMO passar-nos ao lado. E o que vi, na grande maioria, foi looks do dia, desfiles na semana da moda de Milão, parcerias publicitárias. Sei bem que a vida não para, que é preciso continuar a trabalhar, mas também sei que há flexibilidade".

E para que diz que os contratos publicitários têm de ser cumpridos, 'Pipoca' lembra: "Já me aconteceu - por motivos pessoais ou por coisas que estivessem a acontecer no país ou no mundo - dizer a uma marca que aquele não era o dia ideal para avançar com determinada publicação e houve SEMPRE compreensão. E, se não houvesse, a palavra final seria sempre minha, assim como assim também não quero estar associada a marcas que não têm sensibilidade para respeitar alguns momentos. É por isso que não percebo que, pelo menos ontem, não tenha havido uma atitude mais consciente".

"Passamos a vida a recusar o título de tontas superficiais, mas depois, quando podemos usar a nossa voz, preferimos só mostrar a roupa ou publicar um #prayforukraine entre uma data de publicações dispensáveis num dia tão negro. E como acho que quem está mal, muda-se, optei por deixar de seguir várias pessoas. Não estou a dizer que fiz mais do que toda a gente. Na verdade, apenas tentei saber mais sobre o tema e fui partilhando convosco, o que é manifestamente pouco. Mas ontem senti-me tão angustiada, que me custou mesmo assistir a tanta displicência. Melhores dias virão. Melhores dias virão?", termina.

Leia Também: Ucrânia. Tal como Bruno Nogueira, Daniela Melchior critica influencers

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