O soberano deverá reunir-se com políticos das diferentes comunidades, no âmbito de uma visita às quatro nações constituintes do Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte), para receber as condolências após a morte da sua mãe, a rainha Isabel II.
O rei Carlos III saudou a multidão que se concentrava ao longo da rua que leva ao Castelo de Hillsborough, residência oficial da família real na Irlanda do Norte, nos arredores de Belfast.
As imagens mostraram a área em frente aos portões do castelo coberta com flores e mensagens de homenagem à rainha, que morreu na quinta-feira aos 96 anos e após mais de 70 anos de reinado.
Carlos III vai encontrar-se com os políticos da região no Castelo de Hillsborough, ao sul de Belfast, e receber homenagens dos partidos unionistas, profundamente devotados à rainha e na sua maioria protestantes, mas também as condolências dos nacionalistas, católicos maioritariamente, que lutam pela possibilidade de reunificação com a República da Irlanda.
Em seguida, participará num serviço religioso anglicano em Belfast, com a presença de protestantes e católicos, bem como dos líderes irlandeses.
Profundamente dedicados à Rainha que morreu na passada quinta-feira, os unionistas da Irlanda do Norte temem que a sua causa, a pertença ao Reino Unido, esteja mais ameaçada do que nunca, num contexto político perturbado pelo 'Brexit' e pela ascensão histórica dos nacionalistas, defensores da reunificação com a vizinha República da Irlanda.
O governo local está paralisado há meses, com o partido unionista do DUP a opor-se às disposições aduaneiras pós-Brexit negociadas entre Londres e Bruxelas, que diz ameaçarem o lugar da Irlanda do Norte no Reino Unido.
O Sinn Fein, por seu lado, recusa reconhecer a autoridade da monarquia na Irlanda do Norte e não ocupou os seus lugares no Parlamento de Westminster.
A sua vice-presidente, Michelle O'Neill, não participou na proclamação oficial de Carlos III no domingo em Hillsborough, mas o partido diz que vai encontrar-se com o rei tal outros políticos e assistir ao serviço religioso para homenagear a rainha.
"Reconheço que ela era uma líder corajosa e carinhosa", disse Michelle O'Neill segunda-feira numa sessão especial no parlamento local.
A dirigente elogiou ainda o "contributo significativo da rainha Isabel II para o avanço da paz e da reconciliação entre as diferentes tradições da ilha e entre a Irlanda e a Grã-Bretanha durante os anos do processo de paz".
Isabel II visitou a Irlanda 22 vezes como Rainha e desempenhou um papel no processo de paz, após o acordo de 1998 que pôs fim a trinta anos de um conflito que causou pelo menos 3.500 mortos.
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