Elma Aveiro abriu o coração na primeira grande entrevista que deu em televisão. Nunca conversa com Manuel Luís Goucha, a irmã mais velha de Cristiano Ronaldo falou da sua infância e adolescência, que apesar de difíceis não deixaram de ser felizes.
"Sou a mais velha, acompanhei tudo desde o princípio e tornei-me a cuidadora do pai, da mãe e dos irmãos", começa por dizer, notando que sempre teve grandes responsabilidades em casa.
"Acho que nunca fui criança. Tive pena em alguns momentos, mas agora já não penso nisso", adianta.
Apesar da pobreza, Elma garante que a sua família gostava de partilhar o pouco que tinha e que havia momentos de felicidade, sobretudo aos fins de semana quando faziam festas para os primos.
Elma tinha uma profunda ligação com o pai, José Diniz Aveiro, isto porque como a mãe, Dolores Aveiro, passava o dia a trabalhar e era com o pai que passava mais tempo. "O meu pai era maravilhoso. Era diferente", lembra, visivelmente emocionada.
"A minha mãe, por incrível que pareça, nunca teve amor nem do pai nem da mãe, mas conseguia passar-nos o pouco amor que tinha", conta, afirmando que Dolores sempre foi mais séria e que só recentemente descobriu o seu lado mais amoroso com o nascimento de Cristianinho.
A entrevistada confessa que nunca teve sonhos, uma vez que toda a sua vida era focada no cuidado da família. "A minha expectativa era cuidar da minha família. A mãe ia trabalhar para termos as coisas e alguém tinha que ficar a tratar da casa", lembra.
Aliás, foi Elma quem ficou com o pai nos seus últimos dias de vida. Na altura, a mãe deixou a Madeira para ir viver em Manchester, mas a entrevistada decidiu ficar na ilha, pois não queria deixar o pai sozinho.
"Quando a minha mãe foi embora, fiquei com o meu pai e vivíamos um para o outro", sublinha, sublinhando que a sua morte em 2005 lhe causou um enorme sofrimento.
Elma revela que nos primeiros cinco anos após a partida do pai chegou a pensar em pôr termo à própria vida, uma vez que estava a viver uma depressão. "Pensei em pôr termo à vida muitas vezes (...) mas depois pensava na minha filha, que se tinha aquela bebé tinha de cuidar. Queria estar só, no meu canto. Foi muito difícil. Fiquei sozinha, nunca preocupei ninguém, mas os meus irmãos disseram que eu tinha de continuar", relata.
Com o tempo, Elma foi melhorando e ainda hoje garante que sente a presença do pai: "O meu pai chegou a uma altura da minha vida, depois de partir, que me disse que tinha de ser felizes. Ouvia-o no meu coração. Sonho muito com ele", afirma.
O fim da relação de 14 anos com Edgar Caires
Se pela família Elma nutre um amor incondicional, o mesmo já não se aplica à sua vida sentimental. Atualmente solteira, Elma foi casada durante anos com Edgar Caires, com quem tem uma filha em comum, Eleonor.
"Nunca tive príncipes encantados. Se perguntar se amei um homem, nunca amei. Acho que nunca descobri o amor", confessa.
"O Edgar foi um excelente companheiro. Normalmente tenho sempre tudo, sou bem tratada, respeitada, mas amar… não", adianta, notando que nunca se entrega totalmente nos seus relacionamentos.
Sobre a separação de Edgar, Elma contou: "Foi duro, mas a culpada fui eu, se calhar não o amava o suficiente. Sei que o magoei bastante, depois mais tarde falamos e ele disse que não perdoava o que eu tinha feito, mas ficou uma amizade. É uma pessoa que vou levar para a vida. Hoje somos amigos".
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