António Raminhos foi uma das várias figuras públicas portuguesas a reagir à polémica em torno do altar-palco onde o Papa Francisco irá celebrar a missa final da Jornada Mundial da Juventude. A obra irá vários milhões de euros, o que está a causar indignação.
Raminhos, nas redes sociais, falou sobre a estrutura e as suas palavras acabaram por ir ao encontro da opinião de centenas de pessoas.
"O palco para o papa, ou seja, o 'papa-palco' vai custar quase cinco milhões. Isto custa muito a engolir quando penso que Jesus falava para quem o queria ouvir no Monte das Oliveiras", começou por dizer o humorista.
"Não quer dizer que o Papa tivesse que ir falar ali para os Olivais, que é bem perto, mas enquanto Jesus pregava a simplicidade, a Igreja é a ostentação do Clero desde sempre. "É mais do que um palco, nunca se fez nada igual", diz o Carlinhos Moedas. Sabem também o que nunca se fez igual? Resolver a situação crescente de pessoas a viver em tendas em Lisboa! E pessoas com fome! E sem trabalho! E com serviços de saúde de bosta. Para não falar do investimento total de mais de 30 milhões, por parte do Estado. Claro que vai atrair muita gente, mas muitos serão jovens que ficam em casas de voluntários e que comem latas de atum", referiu, indignado.
Raminhos, de seguida, disse ainda que "adorava que o Papa soubesse disto" e dissesse "'caguem lá no palco, prefiro que façam esse investimento nas pessoas da cidade'".
Sobre a utilização da estrutura para eventos futuros, António Raminhos diz: "Depois de lá estar o Papa, vão lá os The Jesus and Mary Chain? Ou o palco vai marcar o regresso de Marilyn Manson? Ou se calhar é a nova casa da Cristina Talks!".
Por fim, o humorista destaca o tamanho do palco, que representa "metade de um campo de futebol". "Os dois mil lugares à frente são para bispos e a entourage toda! Ninguém que esteja no público vai ver o Papa", atirou ainda.
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