Camilla, a rainha que saiu da sombra
Era filha de um oficial do exército que se tornou comerciante de vinhos.
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A segunda mulher do Rei Carlos III, Camilla, vai ser coroada rainha aos 75 anos, depois de anos a viver na sombra uma relação com o herdeiro do trono britânico com quem viria a casar.
Nascida Camilla Rosemary Shand em 17 de julho de 1947 numa família de classe média alta, era filha de um oficial do exército que se tornou comerciante de vinhos.
Conheceu o Príncipe Carlos em 1971 mas, após um breve caso com o herdeiro do trono, casou com Andrew Parker Bowles em 1973, também militar, do qual teve dois filhos.
O casal divorciou-se em 1995, mas só quatro anos mais tarde é que foi vista em público com Carlos, confirmando uma relação amorosa que já se sabia ter continuado ao mesmo tempo que os respetivos casamentos.
Durante anos foi conhecida por ser a "terceira pessoa" no casamento entre Carlos e Diana, o que levou esta a apelidá-la de "Rottweiler", um apelido que pegou durante anos.
Porém, depois de décadas diabolizada, nomeadamente na imprensa, a rainha consorte tem vindo a conquistar os britânicos graças à personalidade e devoção ao marido e à família real.
Nos últimos anos, aguentou estoicamente várias crises, incluindo as críticas recentes do enteado, Harry, que a acusou num livro de memórias de ser "perigosa" e uma "vilã".
No ano passado, a mulher de cabelos loiros e voz grave ganhou admiradores ao reagir calmamente quando o Rei se irritou com uma caneta defeituosa em frente às câmaras de televisão durante a sua primeira deslocação como monarca à Irlanda do Norte.
No Reino Unido, a popularidade de Camilla continua ambivalente, com uma taxa de aprovação de 38% entre os britânicos, segundo a empresa de sondagens YouGov.
Nos últimos anos, Camilla assumiu um papel mais visível e ativo na família real, e é presidente ou madrinha de cerca de 100 instituições de caridade.
Relutante em aceitar abertamente a nora, a rainha Isabel II não assistiu ao casamento civil do filho em Windsor, em 2005, mas acabou por reconhecer o seu sentido de dever, simplicidade e boa disposição.
Alguns meses antes de morrer, expressou o "sincero desejo" de que Camilla fosse conhecida como rainha consorte quando Carlos subisse ao trono, pondo fim a anos de discussão sobre o título.
No convite para a coroação, o Palácio de Buckingham foi mais longe e deixou cair a segunda parte do título, dando a entender que poderá ser chamada simplesmente de rainha.
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