Camilla, a rainha que saiu da sombra 

Era filha de um oficial do exército que se tornou comerciante de vinhos. 

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Lusa
05/05/2023 12:34 ‧ 05/05/2023 por Lusa

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Realeza britânica

A segunda mulher do Rei Carlos III, Camilla, vai ser coroada rainha aos 75 anos, depois de anos a viver na sombra uma relação com o herdeiro do trono britânico com quem viria a casar.

Nascida Camilla Rosemary Shand em 17 de julho de 1947 numa família de classe média alta, era filha de um oficial do exército que se tornou comerciante de vinhos. 

Conheceu o Príncipe Carlos em 1971 mas, após um breve caso com o herdeiro do trono, casou com Andrew Parker Bowles em 1973, também militar, do qual teve dois filhos. 

O casal divorciou-se em 1995, mas só quatro anos mais tarde é que foi vista em público com Carlos, confirmando uma relação amorosa que já se sabia ter continuado ao mesmo tempo que os respetivos casamentos.

Durante anos foi conhecida por ser a "terceira pessoa" no casamento entre Carlos e Diana, o que levou esta a apelidá-la de "Rottweiler", um apelido que pegou durante anos.

Porém, depois de décadas diabolizada, nomeadamente na imprensa, a rainha consorte tem vindo a conquistar os britânicos graças à personalidade e devoção ao marido e à família real.

Nos últimos anos, aguentou estoicamente várias crises, incluindo as críticas recentes do enteado, Harry, que a acusou num livro de memórias de ser "perigosa" e uma "vilã".

No ano passado, a mulher de cabelos loiros e voz grave ganhou admiradores ao reagir calmamente quando o Rei se irritou com uma caneta defeituosa em frente às câmaras de televisão durante a sua primeira deslocação como monarca à Irlanda do Norte.

No Reino Unido, a popularidade de Camilla continua ambivalente, com uma taxa de aprovação de 38% entre os britânicos, segundo a empresa de sondagens YouGov. 

Nos últimos anos, Camilla assumiu um papel mais visível e ativo na família real, e é presidente ou madrinha de cerca de 100 instituições de caridade.

Relutante em aceitar abertamente a nora, a rainha Isabel II não assistiu ao casamento civil do filho em Windsor, em 2005, mas acabou por reconhecer o seu sentido de dever, simplicidade e boa disposição.

Alguns meses antes de morrer, expressou o "sincero desejo" de que Camilla fosse conhecida como rainha consorte quando Carlos subisse ao trono, pondo fim a anos de discussão sobre o título.

No convite para a coroação, o Palácio de Buckingham foi mais longe e deixou cair a segunda parte do título, dando a entender que poderá ser chamada simplesmente de rainha. 

Leia Também: Coroação 'modernizada' de Carlos III reflete evolução da sociedade

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