Pense connosco: há uma série de ingredientes que acabam sempre por ir parar ao lixo, certo? Além disso, é sempre um drama escolher o que vai ser o jantar de forma a não se repetir o que se comeu nos dias anteriores, confere? É para ajudar nisto mesmo que Max la Manna escreveu 'Tu Consegues Cozinhar Isto!'.
Nasceu na América do Norte, um dos países que maior percentagem de desperdício alimentar registam diariamente, mas cresceu com a frase "há crianças a morrer à fome no mundo". Talvez também isso o tenha encaminhado para a culinária e hoje, com mais de um milhão de seguidores que acompanham as suas receitas nas redes sociais, não tem dúvidas de que está encontrada a sua vocação.
Este ano, decidiu dar um passo em frente na carreira e escreveu um livro que reúne 135 receitas à base de plantas e que, segundo diz, qualquer pessoa consegue recriar. O Fama ao Minuto quis saber mais sobre este chef em ascensão e sobre o tema do desperdício alimentar, que serve de inspiração para a obra que acaba de ser editada em Portugal.
Foi através das redes sociais, onde tem milhares de seguidores, que o Max se tornou conhecido. Consegue imaginar qual seria hoje o seu percurso sem estas plataformas?
Continuaria a trabalhar na indústria alimentar, muito provavelmente como chef de cozinha num restaurante ou talvez no meu próprio restaurante.
Neste livro tem 30 ingredientes que são habitualmente mal aproveitados como base para a maioria das receitas. Por que motivo sentiu necessidade de se focar no aproveitamento de comida?
A minha comunidade inspira-me tanto quanto eu espero inspirá-la a ela. Ao perguntar ao meu público quais os alimentos que mais deitam fora, recebi mais de 50 mil respostas e reparei que existem cerca de 30 ingredientes habitualmente desperdiçados nas nossas casas em todo o mundo. Isto deu-me a base e a estrutura para o 'You Can Cook This!' ['Tu Consegues Cozinhar Isto']. Este livro de receitas tem como objetivo inspirar e transformar a forma como as pessoas cozinham, compram e guardam os seus alimentos.
Quero inspirar, quero educar e transformar a forma como vemos os alimentos e como os cozinhamosQuando criou essa partilha de ideias com os seguidores, já foi com o objetivo de escrever este livro?
Não, a ideia surgiu-me uns meses mais tarde. Sinto-me sempre inspirado pela minha comunidade e acho que parte do meu sucesso é a forma como me relaciono com eles no dia a dia. Este livro de receitas é para a minha comunidade online e para todos os que precisam de inspiração ou ajuda na cozinha.
É nos Estados Unidos da América, país onde foi criado, que se regista uma grande parte do desperdício alimentar a nível mundial, para lá do facto de ter milhões de cidadãos cuja alimentação é feita com base em diversos erros...
Os EUA são a capital do desperdício alimentar, não há dúvida. Cresci a ouvir dizer que há crianças a morrer à fome no mundo inteiro e isso marcou-me muito. Penso nisto todos os dias e assombra-me nos meus sonhos. Quero mudar isto, quero inspirar, quero educar e transformar a forma como vemos os alimentos e como os cozinhamos. O desperdício alimentar não acontece apenas nos EUA, está a acontecer em todo o lado - em todos os países.
Adoro alimentar as pessoas, adoro comer e gosto do tempo que tenho para criar novos pratosEm que momento começou a perceber que a culinária poderia ser o seu futuro?
Foi há sete anos. Sempre trabalhei na indústria alimentar, mesmo quando estava a seguir uma carreira de modelo e ator. Cozinhar tem sido um tema constante na minha vida. Adoro alimentar as pessoas, adoro comer e gosto do tempo que tenho para criar novos pratos. Cozinhar é a minha paixão. Tenho muita sorte em fazer o que gosto todos os dias.
Qual seria a melhor coisa que lhe poderiam dizer sobre o seu trabalho e, obviamente, sobre este novo livro?
O meu novo livro de receitas é sobre cozinhar os alimentos que já tem em casa. Cada receita foi concebida com simplicidade e facilidade. Quero que as pessoas gostem de cozinhar, que gostem de comer comida deliciosa. Acho que quando as pessoas me vêem cozinhar, seja nas redes sociais ou pessoalmente em demonstrações de culinária, eu divirto-me. A comida foi feita para ser apreciada, por isso, sempre que estou na cozinha, certifico-me de que me divirto - além disso, também faz com que a minha comida saiba melhor e é isso que se encontra no meu novo livro.
Disseram-me que a comida em Portugal tem tudo a ver com simplicidade e amor
Além de receitas, o Max partilha ainda dicas para uma melhor gestão do orçamento familiar relacionado com a alimentação. Quais são os melhores conselhos que pode deixar?
São mais simples do que se possa pensar. Cozinhe os alimentos que já tem antes de comprar mais alimentos. Faça uma lista de compras. Planeie as suas refeições com antecedência, mesmo que sejam apenas uma a três receitas por semana. Guarde os restos de comida e consuma-os também. Doe os excedentes alimentares a instituições de caridade locais e não se esqueça de fazer compostagem dos restos de comida.
O que conhece da gastronomia portuguesa? Há algum prato de que já tenha ouvido falar ou que já tenha conseguido provar?
Estive recentemente em Amesterdão e conheci um casal português encantador. Eles partilharam comigo algumas receitas tradicionais portuguesas para eu cozinhar. A única coisa que eles disseram que me ficou gravada foi que a comida em Portugal tem tudo a ver com simplicidade e amor.
Foi através das redes sociais, onde tem milhares de seguidores, que o Max se tornou conhecido. Consegue imaginar qual seria hoje o seu percurso sem estas plataformas?
Continuaria a trabalhar na indústria alimentar, muito provavelmente como chef de cozinha num restaurante ou talvez no meu próprio restaurante.
Ver esta publicação no Instagram
Atualmente vive no campo, em Inglaterra. O que o levou a optar por ter este estilo de vida mais tranquilo?
Neste momento, consigo ouvir os pássaros a cantar ao longe e é tão sereno. Para mim, estar no campo dá-me equilíbrio. Estou sempre a viajar em trabalho e a visitar cidades todos os meses, por isso é importante ter um espaço onde possa relaxar.
Leia Também: Rafael Portugal sofria bullying pelo apelido. "Hoje é um privilégio"