Ator luso-americano traz mais presença portuguesa a Velocidade Furiosa X
O ator luso-americano Luis Fernando Da Silva Jr., conhecido pelo anúncio 'Freestyle' da Nike, é um dos protagonistas que dão uma componente portuguesa ao filme 'Velocidade Furiosa X', que acaba de se estrear nos cinemas.
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Fama Velocidade Furiosa
"Há mais influência portuguesa neste filme do que tudo o que foi feito na história moderna dos 'blockbusters'", disse o ator em entrevista à Lusa.
A megaprodução da Universal Pictures conta com Daniela Melchior, Joaquim de Almeida (em 'flashback') e Luis Da Silva Jr. no elenco, tendo também sido parcialmente filmado em Portugal.
"O facto de que este 'Velocidade Furiosa' tem tanta influência portuguesa é importante para a nossa herança, para a nossa cultura. Vai alargar os horizontes", considerou o luso-americano.
"As pessoas associam Portugal ao [jogador de futebol] Cristiano Ronaldo, mas há muitas outras coisas a acontecer. Estou muito entusiasmado", disse.
No novo filme realizado por Louis Leterrier, Luis Da Silva Jr. volta a interpretar a personagem Diogo, que o público conheceu em 'Velocidade Furiosa 5'. Lançado em 2011, foi o primeiro com The Rock e incluiu algumas das cenas de 'tuning' favoritas do público.
"Quiseram trazer isso de volta e dar aos fãs o que eles querem", sublinhou Luis Da Silva Jr..
A sua personagem Diogo é brasileira e a ação de 'Velocidade Furiosa X' passa-se no Rio de Janeiro, o que levou a que muitos o associassem ao Brasil. "Gosto dos brasileiros, mas eu sou português e faço questão de o dizer", afirmou.
O ator é filho de um emigrante natural da aldeia de Parada de Gonta, em Tondela, no distrito de Viseu, e nasceu no seio da comunidade portuguesa de Elizabeth, Nova Jersey. Domina a língua portuguesa e diz-se "adepto ferrenho" do Sporting Clube de Portugal, tendo a intenção de visitar o país no verão.
Em vinte anos de carreira, o ator já interpretou papéis de diversas nacionalidades, mas nunca encarnou um português. Isso é algo que gostaria de fazer. "Adorava fazer um filme em Portugal e interpretar um personagem português. Seria desafiante e interessante", indicou.
Luis Da Silva Jr. explicou que o envolvimento na comunidade portuguesa e a herança cultural tiveram influência na sua carreira, que se desdobrou entre o basquetebol e o cinema.
"Cresci entre os luso-americanos, que vieram para este país à procura de uma vida melhor", descreveu. "É uma comunidade de colarinho azul, que baixa a cabeça, faz o melhor que pode e ambiciona o sucesso. Nada nos foi dado de mão beijada".
Da Silva tornou-se um dos melhores 'dribblers' da sua geração, o que lhe rendeu a alcunha "Trikz", e não só foi escolhido pela Nike para o anúncio 'Freestyle' em 2001, como jogou nos Harlem Wizards e foi convidado para os Harlem Globetrotters.
A cultura de trabalho árduo que absorveu na comunidade portuguesa modelou a sua visão desde pequeno. "Portugal passou por muito e isso nota-se na qualidade das pessoas, muito trabalhadoras e orgulhosas disso", afirmou. "Isso teve impacto na minha arte, em trabalhar e ambicionar a perfeição, do basquetebol ao cinema".
Aos 40 anos, o ator continua a frequentar as festas e salões portugueses e recentemente batizou o filho na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Elizabeth.
"Vivo a comunidade e sou um dos poucos atores em Hollywood que é português", sublinhou, referindo que o caminho não foi fácil porque é uma indústria muito competitiva.
"Não frequentei as melhores escolas e os meus pais não tinham muito dinheiro. Mas onde há vontade, há maneira de fazer", disse. "Se nos esforçarmos, trabalharmos no duro e não desistirmos, chegamos lá".
Além da estreia de 'Velocidade Furiosa X', o ator tem outros projetos recentes: entrou e foi produtor em 'One Way' (com Machine Gun Kelly e Kevin Bacon) e 'Stowaway' (com Ruby Rose). Entrou no filme '72 Hours' e já completou o seu próximo projeto, 'Cash Out 2' com John Travolta.
Também não coloca de lado voltar ao 'franchise' 'Velocidade Furiosa'. "Há a possibilidade de que o meu personagem regresse", indicou. "Como se sabe, neste 'franchise' nunca ninguém morre realmente".
A planear férias em Portugal para junho ou julho, Da Silva disse estar interessado em comprar casa no país, onde pondera viver algures no futuro.
"Ver a cultura a evoluir é bom", afirmou. "Portugal está agora a ser visto a uma luz diferente".
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