Manuel Luís Goucha partilhou um vídeo na sua página de Instagram onde fala sobre 'Rabo de Peixe', destacando a opinião de Helena Isabel Patrício, que disse que "nem cinco minutos viu e achou um horror". "Não vejo nada em português", acrescentou a comentadora da TVI.
"Está no seu direito, é a opinião da comentadora televisiva. Mas isto levou-me a refletir sobre algo que ainda faz parte da nossa maneira de ser, esta permanente desvalorização do que é nosso em favorecimento, muitas vezes, de produtos que nos chegam do estrangeiro e sem qualidade. É uma espécie de complexo de inferioridade que temos em relação às coisas nossas", disse o apresentador.
"E isto não faz sentido. Basta olhar aqui para o lado, para os nossos vizinhos espanhóis, para ver que eles têm um comportamento completamente diferente. Eles têm orgulho no que é deles, estimam, valorizam os seus artistas", destacou, incentivando os seguidores a verem a série que está na Netflix.
Goucha contou que "devorou em apenas dois dias" a série e teceu rasgados elogios aos atores, realização, fotografia e, claro, à trama. "É um produto do qual me orgulho como consumidor e português", afirmou, falando depois do sucesso mundial que este projeto está a conquistar.
"Se não formos nós a apoiar os nossos artistas e os nossos produtos de qualidade, quem o fará? Os políticos? Os políticos não se interessam pelos artistas, a não ser em campanhas eleitorais", frisou.
"A cultura em Portugal não merece sequer meio por cento do orçamento de Estado, isto é inacreditável porque é a cultura, enquanto ferramenta, que nos torna mais ativos, a pensar pela nossa própria cabeça (não convém), mais interventivos (não convém), mais atuais, modernos e, sem dúvida, civilizados. Apoiemos o que de bom se faz em Portugal", realçou.
"Muitas vezes é preciso ir lá fora ganhar fama para serem valorizados neste nosso país, isto é um sinal da nossa pequenez", acrescentou.
Por fim, disse ainda: "Claro que a comentadora televisiva tem todo o direito de não gostar artisticamente falando de coisa alguma dita/falada/representada em português, tal como eu tenho todo o direito, por exemplo, de detestar a vulgaridade".
Veja o vídeo da galeria.
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