Carlos III e Camila fazem visita de Estado ao Quénia
A visita constituirá uma oportunidade para "celebrar as relações calorosas entre os dois países e a parceria forte e dinâmica que continuam a desenvolver".
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Fama Realeza britânica
O Rei britânico Carlos III e a rainha Camila vão realizar uma visita de Estado ao Quénia de 31 de outubro a 3 de novembro, a primeira viagem a um país da Commonwealth, foi hoje anunciado.
A visita, a convite do Presidente queniano, William Ruto, constituirá uma oportunidade para "celebrar as relações calorosas entre os dois países e a parceria forte e dinâmica que continuam a desenvolver", declarou o Palácio de Buckingham em comunicado.
A deslocação terá lugar cerca de um mês e meio após a visita dos monarcas britânicos a França e perto das celebrações do 60.º aniversário da independência do Quénia, proclamada em 12 de dezembro de 1963.
A primeira visita de Carlos III como Rei terá lugar "no país onde começou o reinado da Rainha Isabel II", em fevereiro de 1952, sublinha o Palácio.
A então princesa encontrava-se no Quénia, no âmbito de uma viagem pela Commonwealth, quando o pai, o Rei Jorge VI, morreu.
Carlos e Camila visitarão a capital Nairobi e a cidade meridional de Mombaça e terão encontros com o Presidente William Ruto e a primeira-dama queniana, com funcionários das Nações Unidas, com líderes empresariais e religiosos e com jovens.
O programa da visita "refletirá a forma como o Quénia e o Reino Unido estão a trabalhar em conjunto, em especial para impulsionar a prosperidade mútua, combater as alterações climáticas, promover oportunidades para os jovens e o emprego, fomentar o desenvolvimento sustentável e criar uma região mais estável e segura", lê-se no comunicado.
A visita será também uma oportunidade para discutir "os aspetos mais dolorosos da história comum do Reino Unido e do Quénia" nos anos que antecederam a independência, acrescentou o Palácio.
Entre 1952 e 1960, mais de 10.000 pessoas foram mortas no Quénia na sequência da revolta dos Mau Mau contra o domínio colonial, uma das repressões mais sangrentas do Império Britânico.
Após um processo judicial que durou vários anos, o Reino Unido aceitou, em 2013, indemnizar mais de 5.000 quenianos pelo tratamento recebido durante a revolta, num montante total de quase 20 milhões de libras (23 milhões de euros no câmbio atual).
"Durante a visita, Sua Majestade terá tempo para aprofundar a sua compreensão das injustiças sofridas pelo povo queniano durante este período", vincou o Palácio.
Outra fonte de tensão está relacionada com a presença de tropas britânicas no Quénia.
Em agosto, o parlamento queniano abriu uma investigação sobre o exército britânico, que tem uma base nos arredores da cidade de Nanyuki, cerca de 200 quilómetros a norte de Nairobi.
O caso mais mediático é o da morte, em 2012, de uma jovem mãe queniana, Agnes Wanjiru, cujo corpo foi encontrado numa fossa séptica, depois de ter sido vista viva pela última vez com um soldado britânico.
Esta é a quarta visita oficial de Carlos ao país.
Foi também no Quénia que o Príncipe William, o herdeiro do trono, pediu Catherine Middleton em casamento em 2010.
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