"Não percam tanto tempo de vida a não produzir nada, a destilar um ódio"
A comediante deu uma entrevista a Manuel Luís Goucha.
© TVI
Fama Joana Marques
Joana Marques foi a protagonista do programa 'Conta-me' no qual foi entrevistada por Manuel Luís Goucha.
A comediante falou da sua carreira e de uma das pessoas que mais a inspira na sua rubrica da Renascença - 'Extremamente Desagradável'.
"Acho que a Cristina é uma pessoa que percebe de televisão", começa por dizer, referindo-se à apresentadora.
"É das pessoas que mais fairplay tem", elogiou, notando que é "uma figura única em Portugal".
A entrevistada considera que a vida, e mesmo Portugal, seriam muito mais "tristes" sem Cristina Ferreira, até porque a comunicadora trouxe o "espírito do sonho americano" à "escala" de Portugal.
"Estamos pouco habituados a pessoas como ela, que dizem eu vou lá e faço", sublinha. "É daquelas que nunca se queixaram e acho admirável num mundo onde as pessoas se levam tão a sério", considera.
Joana confessa que sempre se fascinou com as pessoas "convencidas" e que "têm um ego insuflado", chegando mesmo a admirá-las. Por outro lado, garante que não é assim, pois antes de ver o "ridículo nos outros", "anda há muitos anos a ver o ridículo" nela mesma. "Não corro o risco de me achar o máximo", garante.
"Acho o ridículo muito divertido porque nos torna a todos muito iguais", defende, afirmando que é a favor da "liberdade de expressão", mesmo que "seja contra ela".
Apesar de hoje fazer sucesso na Renascença e no programa 'Isto é Gozar Com Quem Trabalha', para o qual também escreve, Joana conta que nunca imaginou que um dia seria este o seu trabalho. Revela que sempre gostou de escrever e que o seu objetivo era ser guionista. Contudo, o que o humor lhe trouxe foi completamente "inesperado".
"Nunca fiz planos para nada. Gosto mesmo é de escrever. São os momentos mais divertidos, quando estou a escrever sem ninguém em casa", refere.
Joana considera-se ainda "sortuda" por "ser feliz a trabalhar", mesmo sabendo que muitas vezes acaba por ser alvo de críticas dos 'haters' nas redes sociais ou mesmo de pessoas visadas na sua rubrica.
"As pessoas na internet são outras. Não são as mesmas na rua e ainda bem", afirma.
"Acho que faz parte. Não perco muito tempo ali a vasculhar... Deixa ver o que esta senhora que eu não conheço de lado nenhum disse sobre mim. E nem é sobre mim, é sobre uma ideia", reflete, até porque muitas vezes, sublinha, as suas frases são retiradas de um contexto humorístico e depois usadas de uma "forma literal", que aparenta ser ofensiva.
À pergunta "quem é a Joana Marques?" a humorista fez a seguinte reflexão:
"É uma pessoa que, de facto, não se leva muito a sério, que adorava que os outros não se levassem também e que não tornassem isto uma guerra, porque não é nada disso.
Até a linguagem que às vezes é usada, um bocadinho bélica, 'Joana Marques arrasa não sei quem' e a minha intenção nunca é essa.
Não estou a dizer com isto que toda a gente tem de gostar, nada disso, mas que se divertam mais e se não gostarem ouçam outra coisa, porque há tanta coisa.
Não percam tanto tempo das vossas vidas a não produzir nada, só a destilar um ódio que as pessoas pensam assim 'eu estou a destilar ódio porque é o que ela também faz'. Mas estão enganadas, não estou a destilar ódio nenhum, estou só a divertir-me e a tentar divertir alguém nesse processo, espero que consiga".
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