Esta quarta-feira, dia 8 de maio, foi uma data decisiva para José Castelo Branco. O socialite tinha passado a noite anterior no estabelecimento prisional da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Alcabideche, em Cascais, na sequência de uma detenção pelo alegado crime de violência doméstica contra a mulher, Betty Grafstein, de 95 anos.
Ao final da manhã, o marchand de arte foi ouvido pelo juiz do Tribunal de Sintra. Aos jornalistas, um dos advogados de José Castelo Branco, Fernando Silva, começou por confirmar que membros do tribunal se deslocaram até ao hospital da CUF, onde Betty se encontra internada, para recolherem um depoimento para memória futura, adiantando também que o socialite "quis falar" durante o interrogatório. "Está tranquilo e de consciência tranquila", acrescentou Fernando Silva.
Também uma gravação do depoimento feito por Betty Grafstein à equipa médica do Hospital CUF Cascais, onde foram confessadas pela designer de joias as alegadas agressões levadas a cabo pelo companheiro, foi ouvida no Tribunal de Sintra, ainda durante a tarde. Além disso, outra testemunha do processo foi ouvida também durante a tarde desta quarta-feira.
Entretanto, já ao final da tarde, o famoso ficou a conhecer as medidas de coação. José Castelo Branco foi libertado e ficará sujeito a meios técnicos de controlo à distância - pulseira eletrónica - ficando, por isso, proibido de permanecer na residência que Betty Grafstein vier a ocupar quando receber alta hospitalar. Desta forma, terá também que deixar de tentar visitar a mulher no hospital, algo que fazia diariamente antes da detenção.
"A única medida de coação a que está sujeito é proibição de contactos com a vítima e proibição de aproximação à mesma", informou o advogado à saída do Tribunal de Sintra.
Em declarações aos jornalistas, Fernando Silva referiu ainda que existe "um fenómeno paralelo a esta questão que não deixa de ser estranho", referindo-se ao facto de existir uma "grande preocupação do hospital em imputar factos" ao socialite. "Ainda não percebi quando é que aconteceu a queda que provocou a fratura na vítima, vejo muita preocupação do hospital em querer arranjar factos em relação ao José", afirmou.
Sobre Betty Grafstein, o advogado afirmou que estava "visivelmente perturbada [e] com as suas faculdades afetadas", além de que "não quis prestar nenhuma declaração". "Ela nunca disse isso [que era vítima de violência doméstica], ela não disse nada. Não quis [falar]", revelou.
Já ao final da noite e em liberdade, José Castelo Branco aceitou sentar-se para dar uma entrevista à CNN Portugal, onde começou por dizer que não agrediu Betty. "Nunca, jamais podia agredir a pessoa que mais amo".
"Como é que a Betty chegava aos 95 anos em bom e só agora é que está a ficar muito mal, porque está privada de mim?", questionou depois o socialite, que continuou: "Hoje estive em tribunal, olhava e pensava: 'Como é que é possível estar a ouvir tudo isto, uma verdadeira cabala?'".
"Há muita história à volta que eu não sei e não quero falar da CUF, mas a CUF tem uma grande preocupação, não me querem próximo por uma razão, porque desde o primeiro momento, em que comecei a discutir com o primeiro médico, em que ele olhou para a ferida da Betty no braço esquerdo e parecia que tinha uma golpada, porque a pele é muito fina, e eu disse: 'Esqueça o corte, a primeira coisa que a Betty precisa é de sódio, eu conheço o corpo dela melhor que o meu'. Não estou a pôr em causa, estou a pôr em causa sim a sabedoria de alguns dos médicos", acrescentou o socialite, imputando culpas à unidade hospitalar.
Na mesma entrevista, José contou ainda que Betty foi ouvida tanto pelo juiz como pelos advogados e que estava acompanhada por "uma psicóloga de um lado e uma médica janota do outro". "A única coisa que ela disse foi 'empurrou-me e não quero falar mais, o meu filho não gosta de mim' e começou a chorar copiosamente. O meu medo e o meu horror neste momento é que ela está nas mãos de quem eu não conheço, está entregue a pessoas que não são da minha confiança, eles fizeram tudo para me afastar", frisou.
"Eu não minto, eu sou um livro aberto", sublinhou já no final da entrevista, revelando que continuará "ao lado" da mulher.
Entretanto, é de salientar que o filho de Betty, Roger Grafstein, já tinha feito queixa de José Castelo Branco por violência doméstica em 2003 durante umas férias em Vilamoura, onde terá visto hematomas no rosto da mãe. No entanto, a queixa foi retirada alegadamente a pedido da própria Betty, que teria ficado com "vergonha" do que se tinha passado.
Também em 2005 e 2012 houve queixas de violência por parte do socialite. Em 2005 um empreiteiro - que lhe fazia obras em casa - acusou-o de ter sido agressivo. Em 2014, o merchand de arte acabou por ser condenado a trabalho comunitário pelo Tribunal de Sintra.
Já em 2012, José foi alvo de uma queixa por parte de um antigo empregado, sendo igualmente acusado de agressão. A mesma viria a ser arquivada meses depois.
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