Foi a falar de Jorge Azevedo, a sua personagem em 'A Protegida', que começou a conversa de Paulo Pires com os jornalistas no lançamento da nova novela da TVI, 'A Protegida', no dia 13 de fevereiro. A trama, recorde-se, tem estreia marcada para esta segunda-feira, dia 17.
"É alguém que entra para desestabilizar a história, mas não o faz só para se divertir. Ele tem uma missão juntamente com a mulher dele, a Clarice (que é interpretada pela Fernanda Serrano). A missão é colocar o Jorge no ceio desta família de mulheres, mas principalmente ligada à personagem Laura (de Alexandra Lencastre), casar-se com ela, ficar com a fortuna dela, com tudo. Fazemos parte do núcleo/da energia mais negativa dos vilões da história, mas depois as personagens têm um lado divertido de fazer e espero que de ver também. De fazer é muito divertido", começou por partilhar, referindo-se às personagens da novela.
"Tinha acabado de fazer na 'Cacau' uma personagem que tinha uma relação muito tóxica com a mulher. Havia ali uma coisa que estava muito perto da violência doméstica, até. Aqui estamos os dois juntos novamente, mas numa relação diferente. Aqui ela até tem algum ascendente sobre mim [a minha personagem]. Não sou eu a tentar desculpar a personagem. Ando por caminhos errantes, muitas vezes apetece-me desistir e é ela que diz para não o fazer… É giro, tem sido um projeto muito interessante de se fazer", acrescentou, referindo-se à ligação da sua personagem com a de Fernanda Serrano.
Esta nova novela tem ligações ao Alentejo, o que para o ator foi um 'detalhe' importante. "Tenho uma paixão grande pelo Alentejo. As minhas raízes são do Alentejo, os meus pais são de uma aldeia perto de Portalegre, e até já aproveitei para ir ver familiares, no outro dia, quando estava a gravar. Tios que já não via há algum tempo", contou.
Questionado sobre se esta nova personagem tem alguma coisa de Paulo Pires, o ator começou por responder: "As personagens terão sempre alguma coisa nossa, mas, à partida, é muito diferente de mim. Não tenho nem sequer ambição, quanto mais a ganância do Jorge. E o dinheiro não me move tanto a mim como move o Jorge. Há sempre coisas e as personagens são ricas quando não têm só uma característica, quando o vilão também tem algum lado humano porque nós todos temos lados melhores que outros."
"Claro que há pessoas que são mesmo más e há pessoas que são incríveis. Mas, de uma forma geral, não temos só um lado. E esta personagem, por exemplo, ele gosta imenso da mulher, tem uma paixão… E a mulher por ele. Portanto, eles não são só vilões de fazer mal porque sim. É fazer mal porque são, de facto, principalmente ela, bastante ambiciosa. Mas é uma relação muito gira. Depois ela [personagem de Fernanda Serrano] gostava de ter sido mãe, mas as coisas não correram como ela desejava. Adotaram três miúdos (que agora são uns rapazes fantásticos). E tenho muito prazer em estar a fazer esta novela porque tem um elenco fantástico. Na minha contracena, sinto-me um privilegiado porque estou a representar com a Fernanda, ou com a Alexandra, ou com a Maria do Céu Guerra, ou com o Diogo Morgado, ou com o Pedro Sousa, a Catarina Nifo, o João Bettencourt… É gente muito talentosa. Acho que a novela é forte nesse sentido, e oxalá as pessoas gostem", acrescentou.
"Não há uma fórmula certa para fazer as coisas, podemos fazer as coisas com muito amor e a acreditar que estamos a fazer algo bom e pode não funcionar. Mas acredito que vá funcionar", afirmou ainda.
Sendo que o conceito de novela tem vindo a mudar, e cada vez mais é preciso 'lutar' para agarrar o público, o Fama ao Minuto questionou Paulo Pires sobre se os atores sentem essa pressão.
"O ator não pode sentir essa pressão das audiências. Mas temos consciência que tudo aquilo que fazemos - seja televisão, teatro ou cinema - é para o público. E interessa chegar ao público. Apesar de, às vezes, há projetos que à partida sabemos que é mais de nicho, mas de uma forma geral, e principalmente em televisão, não acho que seja esse o primeiro pensamento de um ator. Quando estreia uma novela, não será a primeira pergunta, mas uma das perguntas que fará – se calhar até a última – é 'e de audiências, como é que correu de audiências?'. É uma preocupação, acho que interessa a toda a gente – porque isso também determina a continuidade de projetos ou não. Determina, por vezes, o investimento, se faz sentido ou não. Não é a nossa preocupação porque não somos as pessoas que pagam, e essas pessoas têm de ter essa preocupação, obviamente, essa consciência, mas é importante, claro", explicou.
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Descrição da personagem de Paulo Pires, Jorge Azevedo, em 'A Protegida':
Jorge é diretor comercial da Café Vilalobos. É deslumbrado, pouco elaborado, imediatista, vive de expedientes, tem pouco filtro e sofisticação nas palavras e nas ações. Pode ser bruto a falar e agir. Tem origens humildes e começou por moer café na fábrica. Vive de esquemas e é impulsivo. Casado com Clarice, é infiel e seduz adolescentes, como Teresa, com quem teve um filho, José Diogo que desapareceu, misteriosamente, com a ajuda de Virgílio. Envolvido em crimes para ganhar poder e riqueza, assume uma relação com Laura e manipula-a para avançar com os seus planos. A relação com Clarice é tóxica e intensa e tem conflitos familiares com os filhos José Diogo e Mónica, ao contrário de Gonçalo, o filho por quem sente admiração.