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José Mayer envolvido em escândalo sexual: "Pôs a mão na minha vagina"

"Esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália", contou Su Tonani em declarações à Folha de S. Paulo.

José Mayer envolvido em escândalo sexual: "Pôs a mão na minha vagina"
Notícias ao Minuto

16:35 - 31/03/17 por Notícias Ao Minuto

Fama Denúncia

Uma denúncia feita por parte de uma colaboradora da Globo está a agitar a imprensa brasileira. Su Tonani, uma das responsáveis pela indumentária dos artistas, veio a público denunciar um assédio de que foi vítima por parte do ator José Mayer. 

O momento foi relatado pela própria alegada vítima no jornal Folha de S. Paulo, com um apelo no final.

Confira alguns dos trechos do relato:

"Eu, Susllem Meneguzzi Tonani, fui assediada por José Mayer Drumond. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista".

"A primeira 'brincadeira' de José Mayer Drumond comigo começou há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se inicia com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda à sábado, lidar com José Mayer era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”.

"Foram meses envergonhada, sem graça, de, não raros, sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: “você é mais velho que o meu pai. Você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?'"

"Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha b*ceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam ser eu, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade".

"Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontrá-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar, eu imaginava que, depois da mão na vagina, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido".

"Até que, em um set de filmagem com 30 pessoas, estávamos, entre elas, ele e eu. Ele no centro do set, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. E eu não silenciei. “VACA”, ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo?"

"Chega. Acuso o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. (...) Contei que eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como?".

"Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes. (...) Porque a gente acha que o ator renomado, 30 e tantos papéis, garanhão da ficção com contrato assinado, vai seguir impassível, porque assim lhe permitem, produto de ouro, prata da casa. E eu, engrenagem, mulher, paga por obra, sou quem leva a fama de oportunista".

"Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. (...) Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito, muito tempo".

A assessoria de imprensa da Globo foi contactada pelo Notícias Ao Minuto Brasil, mas preferiu não se pronunciar sobre o caso.

O relato de Su Tonani foi escrito na íntegra na coluna 'Agora Que São Elas', da publicação. 

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