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As tatuagens não são para todos e não se recomendam a estas pessoas
Fazer uma tatuagem pode ser arriscado e desaconselhado para pessoas que têm por algum motivo os seus sistemas imunitários enfraquecidos.
© iStock
Lifestyle Atenção
O alerta é de uma equipa médica do hospital da Universidade Queen Elizabeth, em Glasgow, na Escócia, que atendeu uma mulher com fibrose cística que havia sido submetida a um transplante do pulmão. Para evitar a rejeição, tomou medicamentos imunossupressores e, após fazer uma tatuagem, começou a sentir dores crónicas na perna e no joelho.
“Sabemos que nesses indivíduos, o risco de infeções é mais alto em qualquer procedimento, seja uma cirurgia planeada, uma tatuagem ou um piercing”, explicou William Wilson, especialista em trauma e ortopedia na Queen Elizabeth e coautor do estudo relativo ao caso, publicado no periódico BMJ.
“Nessas situações os pacientes devem avaliar a situação com cuidado. Conversar com um médico e assegurar que a pessoa que fará a tatuagem é qualificada e mantém o ambiente esterilizado”, alertou.
Dores tiveram início uma semana depois da tatuagem
No caso descrito, a paciente de 31 anos foi encaminhada para uma clínica de reumatologia dez meses após fazer uma tatuagem numa das coxas. Tinha o joelho inchado e reclamava que a dor na perna lhe estava a afetar o sono.
Imediatamente uma semana após a tatuagem, começou a sentir dores tão fortes que só eram controladas com o opioide tramadol, além de paracetamol e nefopam.
“Não podemos provar que a causa foi a tatuagem, mas, por causa do timing, com os sintomas a surgirem uma semana depois da realização da tatuagem, e a localização sendo logo abaixo da tatuagem, sugerimos que existe um elo de casualidade após termos esgotado todas as outras linhas de investigação”, garantiu Wilson.
“Na maioria dos casos ninguém sabe o que causa a inflamação no músculo, pode ser algo como uma bactéria ou uma reação a uma toxina, proveniente da tinta”, acrescentou.
O tratamento foi feito com fisioterapia. Um ano após a tatuagem, a situação melhorou, mas as dores só desapareceram por completo três anos depois.
Os médicos que atuaram no caso recomendam que outros profissionais de saúde alertem seus pacientes sobre os riscos das tatuagens para esses casos específicos e considerem o impacto das tatuagens ao diagnosticar os pacientes.
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