De acordo com uma equipa de investigadores australianos, a deprivação de oxigénio provocada pela incidência de apneia do sono pode provocar a redução de certas partes do cérebro e contribuir para o desenvolvimento de demência.
O novo estudo apurou que quem sofre de apneia obstrutiva do sono apresenta uma diminuição na espessura dos lóbulos temporais, e tem um pior desempenho em testes de memória.
Agora aquela equipa de cientistas, da Universidade de Sydney, afirma que um diagnóstico precoce e atempado da apneia poderá ajudar a prevenir a deterioração da memória dos afetados, através da oferta de tratamentos que protejam as vias respiratórias destes indivíduos enquanto dormem.
“Os dados apurados sugerem que devemos apostar num diagnóstico precoce”, disse a professora e coordenadora da pesquisa Sharon Naismith. “Os médicos devem perguntar continuamente aos pacientes que sofrem de apneia acerca do estado da sua memória e celeridade de raciocínio, e se necessário realizar testes que testem essas capacidades”.
A apneia do sono torna-se mais comum à medida que se envelhece, e entre os indivíduos que sofrem de obesidade, tornando por sua vez essas pessoas mais propensas a sofrerem de hipertensão e de diabetes – todos eles fatores associados com o desenvolvimento de demência.
Para aquela pesquisa, publicada no periódico científico European Respiratory Journal, os investigadores recrutaram 83 voluntários, de idades compreendidas entre os 51 e os 88 anos, que tinham previamente consultado um médico devido a problemas de memória e alterações frequentes de humor, que podem ser um sinal precoce de demência.