Distraído no trabalho? Não se preocupe tal pode ser bom... avise o chefe!
Há muito que se crê que a criatividade tem origem na concentração e no foco total sobre um assunto. Já o inventor do telefone Alexander Graham Bell não era fã de realizar várias tarefas ao mesmo tempo – do atual multitasking – e acreditava que qualquer distração o afastaria do objetivo final. Mas, será que é mesmo assim?
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Lifestyle Bom dia
Até recentemente, várias pesquisas na área da psicologia concordavam que somos mais eficientes quando mantemos a mente concentrada.
Todavia, e como foi divulgado pela BBC News, alguns estudos estão agora a questionar essas afirmações, e estão de facto a propor que quando o intuito é sermos mais criativos e gerar ideias novas o foco pode ser um tiro no pé. Para estes investigadores a distração e a abstração da mente podem ser uma vantagem e propiciar o ótimo raciocínio.
Como ter novas ideias?
A mente humana fica frequentemente presa num beco sem saída, o que significa que passamos muito tempo concentrados nas primeiras ideias que temos em vez de gerar soluções realmente novas e mais produtivas. Esse fenómeno é conhecido como fixação cognitiva e muitos psicólogos hoje em dia acreditam que esse é o maior obstáculo para a verdadeira criatividade.
Para descobrir se realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo pode ajudar-nos a sair desse beco sem saída, Jackson Lu e uma equipa de investigadores da Faculdade de Economia da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, usaram um teste comum de laboratório para avaliar a criatividade. Os participantes tiveram de pensar no número máximo possível de utilidades para um objeto comum, como uma tigela, num tempo determinado. Uma resposta válida seria, por exemplo, usar a tigela como um chapéu para proteger o cabelo da chuva.
Os participantes tinham de completar a tarefa duas vezes, procurando usos alternativos para um tijolo e um palito para os dentes. A única diferença era que alguns deveriam fazer isso em blocos, enumerando todas as utilidades do tijolo antes de focar sua atenção total no palito para os dentes, enquanto outros poderiam alternar entre as duas tarefas.
Seguindo a visão de que a concentração é a chave para a criatividade, seria esperado que o primeiro grupo se saísse melhor, mas não foi isso que ocorreu. A verdade é que, sem os intervalos dados para trocar de tarefas, o seu progresso mostrou-se limitado.
Desde o número de ideias que tiveram até à sua criatividade os multi-tarefas tiveram um melhor desempenho.
Para Lu, aquela pesquisa comprovou ainda que é importante realizar intervalos regulares quando está a fazer um trabalho que exija concentração. "Quando está a trabalhar em projetos que precisam de criatividade, faça intervalos conscientemente para refrescar o processo e a mente", aconselha o professor.
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