Ter um animal de estimação é o sonho de muitas crianças – e de vários adultos também. As preferências mais comuns são cães e gatos, mas há quem opte por coelhos e hamsters, por exemplo. O que leva alguém a preferir um e não o outro?
Embora muitos acreditem que a predileção esteja relacionada à convivência com uma determinada espécie durante a infância, um novo estudo indica que a resposta pode estar no ADN. O trabalho, publicado na revista Scientific Reports, e divulgado pela revista VEJA, revelou que os genes determinam se a pessoa está mais propensa a ter um animal de estimação ou se vai preferir ter um cão em vez de qualquer outro animal.
“Foi surpreendente ver que a composição genética do indivíduo parece ser uma influência significativa sobre ter ou não um cão. Os dados apurados têm implicações importantes em vários campos diferentes relacionados à compreensão da interação entre homem e cão ao longo da história”, comentou Tove Fall, da Universidade de Uppsala, na Suécia. A equipa revelou ainda que a inclinação pela espécie pode ser hereditária.
Apesar das novas descobertas, os cientistas ainda não foram capazes de apontar quais genes desempenham esse papel.
Genética vs. ambiente
Investigadores suecos e britânicos analisaram a composição genética de 35,035 pares de gémeos idênticos e fraternos. A escolha de grupos de gémeos é um método conhecido da ciência para desvendar as influências ambientais e genéticas na biologia e no comportamento dos indivíduos.
A análise mostrou que as taxas de concordância entre gémeos idênticos é maior, comparativamente com gémeos fraternos – o que confirma a ideia de que a genética realmente influencia na escolha. “Descobrimos que os fatores genéticos aditivos contribuíram em grande parte para a posse do cão, com herdabilidade estimada em 57% para mulheres e 51% para os homens”, explicou Patrik Magnusson, principal autor da pesquisa, em comunicado.
Durante a vida adulta dos participantes, os cientistas também avaliaram a interferência do ambiente compartilhado nas predileções dos gémeos. O resultado demonstrou que a genética e o ambiente desempenham papéis iguais na preferência por cães.
Segundo a equipa, o próximo passo é tentar identificar quais variantes genéticas afetam os genes envolvidos nesta escolha e como estes se relacionam com traços de personalidade e fatores como alergias.