Estas flutuações de humor, energia e de níveis de atividade interferem com todas as tarefas quotidianas dos doentes.
A Doença Bipolar é diferente das normais flutuações nas emoções e humor que ocorrem normalmente ao longo do tempo, como se pode ler no site da rede de hospitais CUF. Nesta doença os sintomas são mais acentuados e extremos, prejudicando relacionamentos íntimos, o desempenho escolar e no trabalho, podendo inclusive levar ao suicídio.
Apesar de tudo, trata-se de uma doença que pode ser tratada e que é compatível com uma vida longa e produtiva.
Com frequência, a Doença Bipolar inicia-se na adolescência ou na fase de adulto jovem. Metade dos casos manifesta-se pela primeira vez antes dos 25 anos de idade. Contudo, esta doença pode começar mais cedo ou em fases mais tardias da vida.
Estima-se que cerca de 1% da população sofra desta doença, numa percentagem idêntica em ambos os sexos.
Já em Portugal as estatísticas apontam para cerca de 200 mil casos diagnosticados de doença bipolar.
O que desencadeia o Transtorno Bipolar?
As causas do transtorno ainda não são bem conhecidas. Sabe-se que a predisposição genética é importante, embora não aconteça em todos os pacientes. Além disso, fatores ambientais ligados ao stress e uso de drogas podem desencadear a condição. Ou seja, se a pessoa já tem uma predisposição física, corporal e, tendo essa vulnerabilidade, pode ocorrer um episódio de mania ou depressão.
Sintomas de depressão
Sentir-se apenas triste não é suficiente para diagnosticar o Transtorno Bipolar. Trata-se de uma tristeza profunda e intrínseca.
O pensamento torna-se mais lento, as pessoas têm ideias pessimistas, ideias de culpa que não são verdadeiras, desânimo, apatia, desinteresse, falta de concentração, perda de apetite. O sono torna-se desorganizado e a pessoa acorda mais cedo que o habitual. O problema do episódio depressivo é o risco de suicídio. A pessoa pode ser invadida por um sentimento de que a vida não vale a pena, de que não há esperança de melhorar, ou fazer algo de positivo por si.
Sintomas de mania
O paciente que está nessa fase da doença apresenta uma alegria excessiva, fora do normal. A pessoa tem uma sensação de felicidade intensa e ri desproporcionalmente sobre situações ou episódios que por si não têm graça.
Ideias de grandeza e pensar que é melhor do que os outros também fazem parte dos comportamentos de quem sofre de bipolaridade. A pessoa também tem pensamentos e atitudes aceleradas, quer fazer muitas coisas ao mesmo tempo, tem pouca necessidade de sono, dorme poucas horas e não apresenta sonolência diurna. Devido a essa sensação, até de irritabilidade, começa a ter comportamentos menos corretos e até prejudiciais.
Quem está a passar por um episódio maníaco tem tanta certeza de que é melhor do que os outros que se coloca em situações de risco. O paciente tem uma sensação de omnipotência, que pode gastar mais dinheiro do que poderia gastar, por exemplo, ou um comportamento sexual inadequado.
Tratamento da Doença Bipolar
O auxílio vai depender da fase do paciente. São episódios de mania alternados com depressão e muitas vezes o intervalo que a pessoa está no seu humor normal é o período ideal de tratamento.
Na fase de mania, o paciente é tratado com antipsicóticos e estabilizadores de humor para tentar controlar esse episódio. Para a depressão, são utilizados medicamentos que não são necessariamente antidepressivos, mas alguns associados aos estabilizadores de humor. O objetivo é evitar que a pessoa tenha uma recaída para depressão ou euforia.
Como devem agir os familiares
Assim como na maioria das doenças mentais, os familiares e amigos são imprescindíveis para a melhoria no quadro do paciente com Transtorno Bipolar. Para o psiquiatra, à medida que a família vai aprendendo mais sobre a doença, pode colaborar com o tratamento. Na medida que ao aperceberem-se quando o doente está numa fase de mania ou depressiva, podem e devem insistir que procure um psiquiatra para estabilizar o quadro. Fatores como o uso de drogas e sono irregular (por exemplo, se a pessoa dormir num horário diferente do habitual), podem desencadear um episódio bipolar.
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