Batizado de Orion, o sistema funciona a partir de elétrodos que são implantados no cérebro do paciente e que recebem imagens capturadas através de uma pequena câmara de vídeo instalada em óculos.
Tecnologia promissora
Apesar de os nossos olhos serem imprescindíveis para que possamos ver, a verdade é que a visão é algo incrivelmente complexo e é o cérebro quem faz a maior parte do trabalho. Isso porque, os estímulos visuais que são capturados pelos nossos olhos são projetados na retina e, a partir dela, convertidos em sinais neuronais que são transmitidos pelo nervo ótico ao cérebro – que descodifica as informações e as transforma em imagens.
O método que está a ser criado pelos cientistas norte-americanos consiste em implantar 60 elétrodos diretamente no córtex visual, a região do cérebro responsável por receber e processar os estímulos visuais. Esses dispositivos, por sua vez, obtêm as informações capturadas pela câmara acoplada aos óculos, convertendo-as em padrões específicos que são transmitidos ao córtex, e o mais interessante é que o sistema funciona independentemente dos nervos óticos, o que significa que não importa se os dos pacientes não funcionam ou se encontram danificados.
Segundo os cientistas, apesar de a tecnologia ainda estar em fase de desenvolvimento, os resultados são promissores. Até o momento, seis pessoas foram submetidas ao implante dos elétrodos e, de acordo com a equipa de neurocirurgiões, os pacientes passaram a identificar objetos e a saber a sua localização – por meio da perceção de pontos luminosos.
Sobre as atuais limitações do sistema, os pesquisadores explicaram que, embora as pessoas que receberam os implantes não consigam distinguir seu entorno claramente, ainda assim, a visão parcial proporcionada pela nova tecnologia permite que elas detetem formas básicas e, assim, conquistem mais autonomia e independência para vencer os desafios do quotidiano.