Todos os tipos de medicação estão sujeitos a gerar efeitos secundários em quem os toma, desde vómitos a dores de cabeça – dos menos aos mais graves. E agora, uma equipa de investigadores sugere que alguns medicamentos podem aumentar o risco de desenvolver demência.
Em destaque, fármacos da classe anticolinérgica, comummente prescritos para tratar problemas como depressão, Parkinson, epilepsia e psicose. O estudo, publicado recentemente no JAMA Internal Medicine, sugere que esses medicamentos podem aumentar o risco de demência em 49%.
Os anticolinérgicos são compostos que bloqueiam a ação da acetilcolina — um mensageiro químico usado pelo cérebro para controlar os impulsos nervosos dos neurónios que atuam nas células musculares. O medicamento é recomendado para uma variedade de doenças que vão desde dores musculares até tratamento do Parkinson.
De acordo com especialistas, alguns efeitos colaterais dessa medicação incluem confusão e problemas de pensamento e memória. “Os médicos devem ter cuidado ao prescrever certos medicamentos que tenham propriedades anticolinérgicas”, alertou Tom Dening, principal autor da pesquisa, à BBC.
Apesar disso, o cientista recomenda que nenhum paciente que esteja atualmente sob medicamentos da classe dos anticolinérgicos pare de os tomar sem antes conversar com um médico.
Além disso, a equipa destacou que existe a possibilidade de que os pacientes já tenham manifestados sinais precoces de demência que foram confundidos com outros problemas de saúde e por isso tenham recebido esse tipo de medicamento. “Algumas doenças, como depressão e problemas de sono, por exemplo, são sinais precoces de demência”, explicou a cardiologista Tara Narula à rede televisiva norte-americana CBS.