Três mortos e cinco abortos espontâneos. Afinal, o que é a listeriose?

Numa altura em que muito se tem falado sobre a listeriose importa perceber que bactéria é esta, como é que o ser humano é contaminado por ela e que medidas deve adotar para a evitar.

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Patrícia Martins Carvalho
30/08/2019 23:39 ‧ 30/08/2019 por Patrícia Martins Carvalho

Lifestyle

Surto

A vizinha Espanha está a braços com um surto de listeriose que, inclusivamente, já tirou a vida a três pessoas e fez com que cinco mulheres grávidas sofressem abortos espontâneos.

Mas, afinal, o que é a listeriose?

A Direção-Geral de Saúde descreve-a como sendo uma infeção causada pela bactéria Listeria monocytogenes” que habitualmente está “associada ao consumo de alimentos contaminados”.

A doença pode manifestar-se não só nos humanos, como também nos animais, sendo, contudo, mais associada ao ser humano. É omnipresente, existindo “principalmente no solo e na água”.

No que diz respeito à transmissão, explica a DGS que a mesma pode ocorrer através do “contacto direto com animais (reservatórios), do consumo de alimentos e produtos alimentares contaminados, de origem animal e vegetal, processados ou não, e de mãe para o feto ou durante o parto”.

Os alimentos suscetíveis de contaminação incluem “carne crua de vaca, porco ou aves; crustáceos, mariscos ou moluscos, leite e derivados não pasteurizados, frutas e vegetais crus ou mal lavados, podendo também ocorrer contaminação cruzada em alimentos processados, nomeadamente charcutaria e congelados”.

Na maioria dos adultos a doença não se desenvolve após o contágio, manifestando-se por uma gastroentrite com febre, náuseas e diarreia. No entanto, no caso de gestantes pode levar a abortos espontâneos.

Se a doença se manifestar em recém-nascidos, pode levar ao desenvolvimento de meningite e, em doentes imunodeprimidos e idosos, à morte.

Tratamento e prevenção

O tratamento para a listeriose passa pela administração de um antibiótico adequado, sendo que nas grávidas o tratamento atempado pode prevenir a infeção no feto ou no recém-nascido.

Quanto às medidas para prevenção da doença, estas podem ser de natureza industrial e individual. No último caso, o melhor que o cidadão pode fazer para evitar a contaminação por esta bactéria é:

  • Cozinhar bem os alimentos;
  • Evitar a ingestão de alimentos crus de origem animal, avar bem a fruta e vegetais crus;
  • Consumir os alimentos o mais brevemente possível após a sua confeção;
  • Evitar o contacto entre alimentos crus e cozinhados;
  • Manter a temperatura de refrigeração a ≤4ºC;
  • Proteger os alimentos do contacto com animais;
  • Reforçar a boa higiene das mãos após a manipulação de alimentos crus;
  • Manter as superfícies, equipamentos e utensílios que contactem com os alimentos devidamente higienizados.

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