No início do século XX o melanoma era considerado raro; contudo, a sua incidência tem aumentado em 4-8% por ano.
Dados de Portugal fornecidos pelo Registo Oncológico Regional (ROR) colocam a incidência de melanoma em 6-8 casos/100 mil habitantes, sendo esta prevalência semelhante à verificada nos países do sul da Europa (nomeadamente Espanha e Itália).
Radiação ultravioleta
O melanoma ocorre com frequência nas zonas do corpo com maior exposição à radiação ultravioleta (UV), sendo a sua maior fonte a luz solar. Os equipamentos de solário também expõem a pele à radiação UV. Demasiada exposição danifica a pele e aumenta o risco de cancro de pele. O excesso de exposição depende da intensidade da radiação UV, tempo de exposição e nível de protecção da pele. Queimaduras severas com formação de bolhas, especialmente na infância, aumentam o risco de melanoma.
Mitos sobre o uso de protetor solar
Ou seja, é claro que aplicar protetor solar na pele é indispensável – e não apenas no verão, aliás diariamente independentemente da estação. Contudo, algumas pessoas ainda passam adiante informações bastante erradas sobre o produto.
Pensando nisso, a revista norte-americana Women’s Health recorreu profissionais para esclarecer os quatro maiores mitos sobre protetor solar.
1. Peles negras não queimam, então não necessita, de protetor solar
“Apesar de terem uma resistência maior aos danos causados pelos raios solares, devido à alta concentração de melanina, a proteção ainda é necessária”, afirma a dermatologista Paula Chicralla. O FPS não tem de ser tão alto quanto o de uma pessoa com a pele branca. Contudo, ainda assim, essa melanina extra não a protege dos raios UV nocivos. Use um protetor solar com FPS 15, no mínimo.
2. O cabelo não necessita de protetor solar
“Os raios solares atingem a matriz do cabelo, prejudicando a retenção da água e deixando as escamas abertas, resultando em cabelos ásperos, ressecados, sem brilho e com as pontas duplas”, diz Chicralla. Segundo a especialista, os raios UVA também deixam os fios fracos e quebradiços. “Os filtros solares para cabelos normalmente bloqueiam as radiações UVA e UVB, e devem ser aplicados 20 minutos antes da exposição solar, pois precisam de tempo para agir”, afirma a dermatologista. Com o cabelo molhado, espalhe o produto, penteie e deixe secar.
3. O bronze evita borbulhas
O bronzeado pode camuflar, temporariamente, a vermelhidão de uma borbulha e deixar a pele mais seca, mas a exposição ao sol vai eventualmente levar ao aparecimento de mais erupções. “O sol faz com que a pele produza mais oleosidade, o que facilita o aparecimento de novos cravos e espinhas”, conta Chicralla. O sol ainda desidrata a pele, e quando isso ocorre, as glândulas oleosas tentam compensar isso expelindo mais óleo, o que pode causar mais espinhas. Use protetor.
4. Não há benefício em usar protetores com FPS acima de 30
O FPS 30 oferece quase 100% de proteção, segundo o FDA, órgão americano que fiscaliza alimentos e medicamentos. Um FPS 30 aplicado corretamente oferece quase 96% de proteção. “Mas, apesar da eficácia do protetor com FPS 30, costumo indicar filtros solares com fator mais elevado. Isto porque poucas pessoas usam o filtro de forma correta”, diz Chicralla. De acordo com a médica, as pessoas tendem a aplicar bem menos que o recomendado. “Aconselhamos uma colher de café cheia para a face, por exemplo”, diz. Outra vantagem de usar um filtro solar com FPS acima de 30 está em aumentar o tempo de proteção da pele, principalmente quando não há a possibilidade de reaplicar o produto após algum tempo. “Se o fator é mais alto, a pele aguentará um intervalo maior sem sofrer danos”, afirma.