Os autorretratos fotográficos existem desde que surgiram as câmaras fotográficas, mas o termo selfie só entrou no Oxford English Dictionary, um dos mais importantes da língua inglesa, em 2013 e rapidamente se tornou na palavra do ano.
Desde 2014 que os Estados Unidos celebram o dia 21 de junho como o Dia Nacional da Selfie, para homenagear esse distinto estilo de autorretrato de alta tecnologia. Mas qual é, realmente, o propósito da selfie?
Se estivesse vivo, o pai da psicanálise teria muito para dizer sobre esta moda. Sigmund Freud popularizou ideias como a do ego e do superego, e um de seus conceitos mais famosos é o do narcisismo - o amor desproporcional por si mesmo.
O termo remonta à mitologia grega quando um jovem chamado Narciso viu o seu reflexo na água e passou tanto tempo a admirar a sua própria beleza que se isolou do resto do mundo, acabando por se afogar ao tentar abraçar a sua própria imagem.
Mas provavelmente, para Freud, o fenómeno das selfies não seria um caso de narcisismo. O psicanalista teria notado, à semelhança de muitos especialistas deste século, que pessoas publicam selfies não porque estão apaixonadas por si mesmas, mas porque querem ser adoradas por outras pessoas que as seguem nas redes sociais. Para Freud, essa necessidade de aprovação seria uma perturbação neurótica ou histérica.