O Ōkah Restaurant & Rooftop, em Lisboa, ‘vestiu-se’ de gala, na noite desta terça-feira, para acolher a apresentação do mais recente livro de Nelson Marques, ‘Chefs sem Reservas’. Num espaço intimista, José Avillez e Vítor Sobral, dois dos mais conceituados chefs portugueses, juntaram-se ao autor para dar as boas-vindas a esta obra que propõe uma ‘viagem' pelo mundo da gastronomia.
Depois de ‘Filhos da Quimio’, o também jornalista da Revista do Expresso traz-nos aquele que promete "ser um best-seller”, como pressagiou José Avillez. Mais do que um livro que percorre o mundo da ‘haute cuisine’, ‘Chefs sem Reservas’ revela as confissões, os erros e as lições de dez grandes cozinheiros. No livro, que tem a chancela do Clube do Autor, irá encontrar uma narrativa que põe a ‘nu’ a verdadeira essência de Anthony Bourdain, Massimo Bottura, Alain Ducasse, Ljubomir Stanisic, José Avillez, Andoni Aduriz, Alex Atala, Vítor Sobral, Nuno Mendes e Hans Neuner.
Aclamados pela crítica internacional por elevarem os padrões da excelência na cozinha ao expoente máximo e por conquistarem os palatos mais ecléticos, os dez cozinheiros a quem Nelson Marques deu voz ‘despem-se’ de preconceitos no livro que pode encontrar, a partir de hoje, nas livrarias.
Numa conversa moderada por Luís Pedro Nunes, o autor vincou que este livro “começa numa série de entrevistas” que fez para a Revista do Expresso. Assumindo-se como “um contador de histórias”, explicou que a certa altura se apercebeu que, por entre quilómetros percorridos pelas capitais da gastronomia, por entre horas de entrevista, linhas escritas e reportagens que iam ganhando forma havia “um corpo de trabalho”.
Há uma narrativa que só percebi no final do livro: não há sucesso sem se passar pelo fracasso
Assumiu o jornalista durante o evento de apresentação que se propôs, em cada história, a “tentar perceber quem são estas personagens. Há muita coisa que não conhecemos sobre eles. Quis humanizá-los”. E, acrescentou, “há uma narrativa que só percebi no final do livro: não há sucesso sem se passar pelo fracasso. E estas histórias têm muito disso, de tentativa e erro. São histórias de pessoas extraordinárias que nem sempre souberam que o caminho era aquele”.
Já José Avillez, enquanto folheava o livro e ia assentindo aos pedidos de autógrafos que se multiplicavam, recordou a entrevista que Nelson Marques conduziu no Beco - Cabaret Gourmet e que é agora contada em ‘Chefs sem Reservas’. Este livro “é um trabalho bem feito por um jornalista e um autor sério e que vai ser um best-seller”.
Concordou o empresário português, cujo prestígio ecoa nos quatro cantos do mundo, que a obra é um retrato do que de melhor se faz na cozinha nacional e internacional. “Tem de facto esta característica das confissões, dos erros, das lições, dos fracassos, dos sucessos e da luta constante. Não se fala muito à volta da cozinha, fala-se da vida das pessoas sem sensacionalismos. São personalidades diferentes que aqui estão, mas há também um fio condutor que é esta paixão pela cozinha. O Nelson soube ouvir bem, soube pôr essa mensagem no papel. É um livro de grande categoria”.
“Hoje estou um poeta”, confessou Vítor Sobral enquanto respondia aos pedidos de autógrafos. A cada solicitação, de caneta em punho, o chef folheava o livro até chegar à página em que o autor o descreve como “o pai da nova cozinha portuguesa”. E ali, ao lado da foto enigmática em que exibe uma faca de cozinha, Sobral escrevia uma dedicatória, mas não sem antes perguntar, sem exceção, “qual a sua profissão” a quem a ele se dirigia. Sem pressas, deixava a imaginação fluir até à ponta dos dedos para ali deixar uma mensagem personalizada.
Em declarações ao Notícias ao Minuto, o cozinheiro para quem Portugal tem um sabor único - “alho, azeite, louro e vinho branco” - valorizou “a atitude” do jornalista do Expresso na entrevista que lhe fez. “Preparou-se, estudou o meu percurso e isso torna muito mais fácil a entrevista. E depois não foi por um campo que hoje em dia é muito apetecível no jornalismo, o do escândalo. Acho que é possível criar sensação sem se ser escandaloso”.
Assumindo que o maior desafio ao longo da profissão foi conciliar “a cozinha e a família”, Vítor Sobral confessou o que realmente o motiva neste percurso sinuoso: “O que precisamos é de cozinhar juntamente com as nossas equipas e de olhar para a sala, sentir que aquilo que estamos a fazer deixa os outros felizes. Esse é que é, sem dúvida, o grande reconhecimento do trabalho”.
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