Deve ingerir todas as refeições num período de 10 horas. Ciência explica

Comer neste período de tempo reduziu as probabilidades de obesidade e problemas metabólicos em roedores.

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Liliana Lopes Monteiro
24/11/2019 19:00 ‧ 24/11/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Emagrecer a comer

Cientistas do Instituto Salk, nos Estados Unidos, descobriram que ingerir todas as calorias das refeições diárias num período de 10 horas pode diminuir o risco de obesidade e de sofrer de doenças metabólicas. 

"Para muitos, o dia começa com o pequeno-almoço e termina com a ceia antes de ir para a cama, 14 ou 15 horas depois", disse Satchidananda Panda, professor do Laboratório de Biologia Regulatória de Salk e principal autor do novo estudo. "Mas restringir a ingestão de alimentos a 10 horas por dia, e jejuar o resto, pode melhorar a saúde, independentemente do relógio biológico". 

A análise, publicada no periódico científico Cell Metabolism, foi realizada com camundongos. Panda e uma equipa de investigadores demonstraram, num teste anterior, que os roedores que consumiram uma dieta rica em gordura, e que podiam comer a qualquer hora do dia, tornaram-se obesos, e apresentaram  níveis de colesterol demasiado elevados, fígado gordo e diabetes.

Na nova pesquisa, os mesmos animais, quando consumiram todas as calorias entre oito e 10 horas, ficaram mais magros e com o organismo saudável. A avaliação sugere que os benefícios à saúde manifestaram-se porque os camundongos estiveram em sincronia com seus relógios celulares – alimentando-se quando os genes para digestão são mais ativos, por exemplo. 

"Do estudo anterior, ficamos com a impressão de que o relógio biológico estava sincronizando com o processo de ligar e desligar os genes para o metabolismo em tempos pré-determinados", comentou Amandine Chaix, cientista da equipe de Salk. "E enquanto isso ainda pode ser verdade, este trabalho sugere que, controlando os ciclos de alimentação e jejum dos animais, podemos basicamente anular a falta de um sistema de cronometragem interno com sistema externo". 

O objetivo do estudo foi compreender o papel do ciclo circadiano – que dura 24 horas e é comum em mamíferos – nas doenças metabólicas. Segundo os investigadores, o papel dos relógios circadianos pode ser informar o bicho quando comer e quando não o fazer. Esse tempo restabelece um equilíbrio entre a nutrição e o reparo ou rejuvenescimento durante o jejum. Quando esse relógio circadiano é interrompido – como quando os humanos comem por turnos, ou quando é comprometido por problemas e defeitos genéticos – o equilíbrio acaba e as doenças surgem. 

À medida que as pessoas envelhecem, os relógios circadianos enfraquecem. A deterioração dependente da idade do relógio circadiano, e acontece juntamente com o aumento do risco de doenças metabólicas, cardíacas, cancro e demência.

Para os estudiosos, comer todos os alimentos num espaço temporal de 10 horas pode restaurar o equilíbrio, evitar enfermidades metabólicas e manter a pessoa saudável. "Muitos podem ter um ou mais genes defeituosos causadores de doenças", explicou Panda. "A descoberta de que um bom estilo de vida pode vencer os efeitos prejudiciais de genes problemáticos abre novas esperanças para uma vida mais saudável". 

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