Bomba relógio. Esta é a melhor forma de combater e tratar colesterol
As associações de cardiologia mais importantes dos Estados Unidos surpreenderam a comunidade médica esta semana ao publicar novas orientações sobre como tratar o colesterol.
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Lifestyle Acabar com o colesterol
As novas recomendações mudaram completamente as regras do jogo, conforme reporta a BBC Mundo. Os pacientes agora não terão mais metas - como um nível específico de colesterol no sangue que devem atingir - mas serão classificados em quatro grupos para os diferentes tratamentos recomendados com fármacos conhecidos como estatinas.
Isso significa que um terço dos adultos que vive nos Estados Unidos deve considerar a possibilidade de tomar esses medicamentos.
Tais substâncias diminuem os níveis do colesterol, em comparação com os 15% da população que já usam esse tipo de tratamento.
A outra novidade apresentada pela orientação publicada pelo American College of Cardiology (ACC) e pela American Heart Association (AHA) é que, pela primeira vez, não se tem apenas em consideração os enfartes, mas também os acidentes vasculares cerebrais.
O anúncio gerou polémica entre os médicos e especialistas dentro e fora dos Estados Unidos. Alguns apoiaram a recomendação, enquanto outros reforçaram os riscos de efeitos secundários, e o impacto que o uso dessa droga pode ter sobre o desenvolvimento de medicamentos e métodos alternativos.
Nesse sentido, a BBC Mundo investigou alguns desses argumentos com representantes da comunidade médica.
Abolição dos números
Para Luis Rodriguez Padial, vice-presidenteda Sociedade Espanhola de Cardiologia, a perda dos objetivos "pode envolver o relaxamento no interesse em alcançar uma meta, que existe quando tem um nível a atingir".
"Mudar essa atitude pode ser algo negativo, porque muitos pacientes terão uma queda nos níveis que poderiam ser alcançados", explica à BBC.
No passado, as pessoas com níveis extremamente elevados, 190mg/dl ou mais, de colesterol mau, conhecido como LDL, além de receberem tratamento com estatinas, tinham também de reduzir o nível para 70mg/dl. Este último não é mais necessário, pelo menos nos Estados Unidos.
Para o cardiologista José Antonio Carbonell, do Hospital Marina Baixa, em Alicante, Espanha, as mudanças não são negativas.
"A partir da nova classificação em grupos de risco, o paciente recebe uma sobrecarga menor de medicamentos e, portanto, menos efeitos colaterais, menos interações medicamentosas, uma melhor adesão aos tipos de tratamentos e custos monetários provavelmente menores", Carbonell disse à BBC.
O novo guia divide os pacientes em quatro grupos: os que já sofrem de doenças cardiovasculares, aqueles com níveis de LDL de 190mg/dl ou mais, adultos acima de 40 anos com diabetes tipo 2, e adultos acima de 40 anos com 7, 5% de risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em 10 anos.
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