Segundo uma pesquisa recente norte-americana, alguns de nós podem estar geneticamente condenados a odiar vegetais. E essa repulsa natural deve-se a um gene específico chamado TAS2R38, cuja ação faz com que o portador sinta um gosto amargo ao consumir esse tipo de alimento, como brócolos e couves-de-Bruxelas.
Os investigadores explicam que apresentar o TAS2R38 resulta numa hipótese 2,6 vezes menor de ingerir vegetais regularmente. Mais ainda, a diferença genética pode tornar o gosto da cerveja, café e chocolate preto extremamente desagradáveis.
Assim, o genoma de uma pessoa pode influir — e muito — na sua alimentação, sobretudo levando em conta que os nutricionistas recomendam a ingestão de diversas porções diárias de vegetais. Para sentir o gosto amargo, o indivíduo necessita de herdar dos pais duas cópias do TAS2R38, que codifica uma proteína nas papilas gustativas da língua que sentem o gosto amargo.
A essas pessoas, os cientistas deram o nome de 'super-tasters', algo como 'super-paladares'. O estudo levou em conta os relatos de 175 participantes e concluiu que aqueles com duas cópias do gene comiam apenas pequenas porções de vegetais folhosos.
Os cientistas afirmam que o trabalho conduzido é relevante para ressaltar a importância de se considerar o gosto dos alimentos quando se recomenda algum tipo de dieta. Além disso, esperam que o artigo abra espaço para que se explore alternativas que diminuam o gosto amargo entre essas pessoas, permitindo que ingiram assim a quantidade adequada de vegetais.