Estudo desvenda forma de detetar VIH 'escondido' nas células

Cientistas norte-americanos descobriram métodos para ‘desmascarar’ o vírus da SIDA oculto nas células que compõe o corpo humano. Em todo o mundo mais de 38 milhões de pessoas estão infetadas pelo vírus do VIH.

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Liliana Lopes Monteiro
27/01/2020 08:55 ‧ 27/01/2020 por Liliana Lopes Monteiro

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SIDA

Duas pesquisas publicadas no periódico científico Nature, levadas a cabo por investigadores da Universidade da Carolina do Norte (UCN) em Chapel Hill e da Universidade Emory, ambas nos Estados Unidos, e divulgadas pela revista Galileu, descobriram técnicas capazes de reverter a latência de células infetadas pelo vírus do VIH, em níveis tremendamente significativos na corrente sanguínea e em tecidos, com pouca ou nenhuma toxicidade.

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Apesar da terapia antirretroviral tradicional ser capaz de atenuar o VIH para índices virtualmente indetetáveis no sangue, a verdade é que o vírus permanece ‘escondido’ nas células CD4 e linfócitos T. Sendo que o sistema imunológico não o consegue reconhecer, e nenhuma terapia atualmente utilizada é capaz de o detetar.

A grande reviravolta

Os cientistas da Faculdade de Medicina da UCN recorreram a ratos com células imunológicas humanas saudáveis, as ‘preferidas’ do VIH. A inovação científica adveio do recurso a um composto chamado AZD5582, que faz com que as células comecem a produzir as proteínas específicas, expondo o vírus.

“Ninguém havia testado até ao momento com sucesso uma molécula de reversão de latência em humanos ou num modelo animal com células humanas”, afirmou J. Victor Garcia, um dos autores do estudo e professor da UCN.

Entretanto a pesquisa realizada na Universidade de Emory, conseguiu igualmente inverter a latência de células infetadas, segundo a revista Galileu. Todavia, utilizando um método alternativo. Os cientistas aplicaram uma combinação de substâncias para bloquear os linfócitos T CD8, diminuindo a ação do vírus e elevando a produção da molécula interleucina, que regula a imunidade do organismo.

Combinados, os trabalhos de ambas as universidades abrem novas portas e possibilidades para a criação de tratamentos que futuramente levem à cura da doença.

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