Os dados apurados indicam que quem teve sintomas de Covid-19 mas não chegou a ser hospitalizado pode regressar à sua vida normal sem correr o risco de contrair novamente a infeção e contagiar quem o rodeia, informa o médico patologista Carlos Cordón-Cardó, diretor dos hospitais Mount Sinai na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Mas, e infelizmente, o tempo que dura a imunidade ainda permanece uma incógnita.
A descoberta veio ao de cima graças ao novo teste de deteção de anticorpos contra o SARS-CoV-2 criado por investigadores do Mount Sinai e que já recebeu a aprovação da Agência de Alimentos e Fármacos dos EUA (FDA).
O teste inovador revelou ser mais eficaz comparativamente a outros formulados até ao momento, com o intuito de identificar possíveis anticorpos contra o novo coronavírus. Adicionalmente, não só revela a existência (ou não) de anticorpos como a quantidade dos mesmos presentes no organismo.
Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores examinaram 1.343 voluntários que haviam sofrido de Covid-19 desde o ínicio de fevereiro. Quase todos haviam experienciado sintomas ligeiros a moderados, sendo que apenas 3% haviam sido hospitalizados e atendidos nas urgências de Mount Sinai. Entretanto, 624 dos voluntários haviam sido diagnosticados com a doença por meio de um PCR.
Numa primeira ronda de testes realizados no final do mês de março, 82% indivíduos registavam um índice elevado de anticorpos do tipo IgG contra o SARS-CoV-2. Já relativamente, aos participantes que não tinham anticorpos ou somente uma pequena quantidade foi realizado um teste adicional duas semanas depois. Entre os que realizaram esse segundo teste, a quantidade de anticorpos havia aumentado em cerca de 89%.
"O que estamos a ver é que esta resposta imunitária tarda várias semanas a formar-se. À medida que o tempo passa, torna-se mais forte", afirmou Cordón-Cardó.