Hoje assinala-se o Dia Mundial dos Avós, dia de lembrar a estenose aórtica grave (considerada uma doença de 'avós') afeta cerca de 32 mil portugueses. Estima-se ainda que cerca de 25 mil pessoas com mais de 75 anos apresentem uma estenose aórtica grave sintomática.
A estenose valvular aórtica refere-se a uma situação em que a válvula aórtica fica progressivamente mais rígida. Isto é, a aorta (principal artéria do corpo) transporta sangue para fora do coração: quando o sangue sai, flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A função da válvula aórtica é evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás, mas quando há uma estenose, a válvula aórtica não abre completamente, fica cada vez mais estreita e isso impede o fluxo sanguíneo para fora do coração.
Desta forma, esta patologia, se não for detetada a tempo, é fatal. É assim importante estar atento a sintomas como: cansaço, a dor no peito e desmaios. Além disso, é uma doença cada vez mais frequente devido ao aumento da esperança média de vida.
Uma esperança no futuro do tratamento dos 'nossos' avós:
A estenose aórtica grave é tratada através de uma técnica minimamente invasiva que, além de ser a única esperança de vida para os doentes cardíacos inoperáveis, é também a melhor solução médica capaz de lhes garantir uma boa qualidade de vida. Até à data, o tratamento da estenose aórtica com este procedimento era reservado a doentes com estenose aórtica grave com risco cirúrgico aumentado, usualmente com mais de 80 anos, o que corresponde a cerca de cinco mil portugueses.
Contudo, temos vindo a assistir a uma evolução e esta técnica de implante percutâneo da válvula aórtica (TAVI) é, em 2020, uma alternativa para todos os doentes devido a novos estudos científicos, proporcionada pelo desenvolvimento médico e tecnológico registado na última década.
Isto significa que toda a população de doentes portadora de estenose aórtica grave e sintomática, especialmente nos doentes de menor risco (muitos deles com apenas 70 anos), tem disponível uma técnica que reduz o nível invasivo do tratamento. Esta, além de ser a única esperança de vida para os doentes cardíacos inoperáveis, é também a única solução médica capaz de lhes garantir uma boa qualidade de vida.
Um desenvolvimento que permite ainda que os “nossos avós” não sejam sujeitos a uma cirurgia de peito aberto onde poderiam correr mais riscos e ter um pós-operatório mais prolongado que implica a passagem pelos cuidados intensivos. Referindo ainda que a cirurgia a peito aberto, por vezes, nem era considerada opção para os doentes devido ao seu carácter invasivo, complexidade e potenciais complicações.
Calcula-se, por fim, que as necessidades nacionais cresçam até cinco vezes, pois esta técnica constituirá a opção preferida para os cerca de 25.000 portugueses que necessitam de ser tratados.