A infeção por Covid-19 pode afetar a habilidade do embrião de se fixar devidamente no útero e pode ainda apresentar vários riscos para a saúde fetal futura.
Especialistas na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, recorreram ao uso de dados de expressão genética para a realização do estudo.
Os cientistas apuraram que os genes usados pelas proteínas, que por sua vez tornam as células suscetíveis à infeção manifestam-se no embrião nos primeiros 14 dias de desenvolvimento.
Sendo que esta se trata de uma fase extremamente importante durante a gestação. Isto porque se trata do momento em que o embrião se fixa no útero da mãe e ocorre uma remodelação significativa em todos os seus tecidos.
A expressão genética consiste no processo em que genes específicos são ativados com o intuito de produzirem as proteínas necessárias.
Os genes codificam proteínas e as proteínas ditam a função celular, e os milhares de genes que se manifestam numa célula em específico determinam a sua capacidade de ação.
Todavia, os cientistas sublinham que os dados apurados ainda não foram validados ao nível proteico, em modelos de embriões de células estaminais ou em cobaias animais.
Estudos anteriores já haviam sugerido que se a mãe contrai Covid-19 então o bebé pode estar em risco.
Em declarações à publicação científica Open Biology, o professor David Glover da Universidade de Cambridge e os seus colegas disseram: "a nossa pesquisa oferece indicações dos potenciais efeitos do SARS-CoV-2 no desenvolvimento do embrião e que esses efeitos devem ser investigados mais profundamente, através do uso de modelos de embrião e em ratos".