Investigadores da Universidade de Bristol e da Universidade Nacional Autónoma do México revelaram, num estudo publicado esta sexta-feira na revista científica Science Advances, que os espermatozóides não nadam como se acreditava há mais de 300 anos.
Até hoje, a concepção da mobilidade do espermatozóide baseou-se nas descobertas de Antonie van Leeuwenhoek. Em 1678, o cientista holandês e pioneiro em microbiologia usou um dos primeiros microscópios (construído por si) para analisar o seu próprio esperma descrevendo-o como uma “cauda que, ao nadar, serpenteia, como enguias na água”. Mas, segundo o novo estudo, esse movimento é apenas uma ilusão de ótica.
Com recurso à microscopia em 3D, os investigadores Hermes Gadêlha, Gabriel Corkidi e Alberto Darszon conseguiram reconstituir o verdadeiro movimento do espermatozóide.
Assim, utilizando uma câmara de alta velocidade capaz de capturar 55 mil imagens por segundo e um microscópio adaptado com um dispositivo que gera tensão eléctrica, permitindo mover a amostra a elevada velocidade para cima e para baixo, foi possível captar o movimento completo das células em 3D.
Essas imagens relevaram que a cauda do espermatozóide se mexe apenas para um lado. Desta forma, para conseguir nadar para a frente, ele gira, como um saca-rolhas.