Afinal, por que motivo as crianças são mais resistentes à Covid-19?
Os cientistas creem que a resposta imune dos mais pequenos é mais eficaz conta o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19. Entenda.
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Desde o começo da pandemia que os cientistas identificaram que o sistema imunológico de crianças e adultos responde de forma distinta à infeção pelo novo coronavírus - sendo que a Covid-19 tende a afetar com maior gravidade os doentes mais velhos. Premissa essa, igualmente concluída por uma pesquisa realizada por investigadores da Universidade de Yale e da Faculdade de Medicina Albert Einstein, ambas nos Estados Unidos.
Segundo um artigo publicado na revista Galileu, os investigadores norte-americanos partilharam as suas conclusões num ensaio divulgado na revista Science Translational Medicine.
Nesse texto, os cientistas afirmam que as crianças, incluindo as que padeceram da síndrome inflamatória multissistémica (MIS-C), também conhecida por doença de Kawasaki, apresentaram uma probabilidade diminuta de requerer ventilação mecânica, de 8% versus 37%, e a taxa de mortalidade foi relativamente baixa, de 3% em comparação a 28% nos adultos.
Após realizarem exames em crianças e adultos doentes com Covid-19, os cientistas apuraram que os menores são detentores de índices mais elevados de duas moléculas presentes no sistema imunológico: a interleucina 17A (IL-17A) e o interferon gama (INF-γ).
"Para nossa surpresa, descobrimos que essas [moléculas] citocinas específicas do soro estavam presentes em níveis mais elevados em crianças do que em adultos", afirmou o investigador Kevan Herold, num comunicado emitido à imprensa.
De acordo com a revista Galileu, os académicos creem que essa disparidade pode elucidar o motivo pelo qual as crianças têm uma maior capacidade de resistência à infeção pelo SARS-CoV-2 e a lutar contra o vírus no caso de serem infetadas.
A IL-17A contribui para uma resposta organizada do sistema imunológico no estágio inicial da infeção, já o INF-g contraria a multiplicação e disseminação do vírus. Durante o estudo, os investigadores detetaram que quanto mais jovens eram doentes, mais elevada era a quantidade dessas moléculas na corrente sanguínea.
Segundo Herold, esses elementos biológicos integram naturalmente o sistema imunológico inato, constituindo assim um género de reação primitiva e sem justificação aparente, que surge espontaneamente assim que se dá a infeção.
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